Política

‘Colocou na cabeça e aguardou a explosão’: como foi o atentado no STF, segundo testemunha

Em depoimento à Polícia Civil, vigilante da Suprema Corte descreve ação de Francisco Wanderley Luiz

‘Colocou na cabeça e aguardou a explosão’: como foi o atentado no STF, segundo testemunha
‘Colocou na cabeça e aguardou a explosão’: como foi o atentado no STF, segundo testemunha
Brasília (DF) 13/11/2024 - Explosões são ouvidas perto do STF; prédio é evacuado, uma pessoa morreu. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
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O ex-candidato a vereador em Rio Sul (SC), Francisco Wanderley Luiz chegou em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite da última quarta-feira 13, carregando uma mochila. 

Em frente à estátua ‘Justiça’, que simboliza a Corte, ele retirou um material da bolsa e arremessou contra a figura de pedra. Em seguida, acionou um artefato, pôs na cabeça e deixou a bomba explodir, matando a si mesmo e colocando a Capital Federal em estado de alerta

A ação foi descrita em detalhes por Nataniel Camelo, vigilante da Suprema Corte que presenciou os últimos passos de Francisco Wanderley. Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, o segurança narrou o que viu. 

“O indivíduo trazia consigo uma mochila e estava em atitude suspeita em frente à estátua, colocou a mochila no chão, tirou um extintor, tirou uma blusa de dentro da mochila e a lançou contra a estátua. O indivíduo retirou da mochila alguns artefatos e com a aproximação dos seguranças do STF, o indivíduo abriu a camisa os advertiu para não se aproximarem”, diz um trecho do Boletim de Ocorrência sobre o caso.

Francisco Wanderley usava um objeto que, segundo o vigilante, parecia um relógio digital. Já ali Nataniel Camelo, que estava sozinho, suspeitou que ele portasse uma bomba.

“O indivíduo deitou no chão, acendeu um último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”, explicou o vigilante.

Logo após o caso, a polícia encontrou com Francisco Wanderley o relógio descrito pelo vigilante. Além disso, ele portava dois artefatos explosivos no cinto, e um outro artefato explosivo próximo ao corpo. Um extintor de incêndio também foi usado por ele.

Em meio às investigações preliminares, um vídeo da câmera de segurança que mostra o momento do atentado veio a público. Confira as imagens:

O homem, cujo corpo permanece no local dado o risco da presença de outras bombas na Praça dos Três Poderes, já tinha indicado sua repulsa ao STF. Uma marca, aliás, da extrema-direita do País, que, há quase dois anos, depredou o prédio da instância máxima do Judiciário.

No último mês de agosto, por exemplo, Francisco Wanderley visitou a sede do STF. Na oportunidade, ele fotografou a si mesmo no plenário da Corte, dizendo, em mensagens nas redes sociais divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. “Ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo”, alertou Francisco, em conversas por WhatsApp.

Na quarta-feira, Francisco Wanderley chegou à Praça dos Três Poderes vestindo um paletó verde com símbolos de naipes do baralho. A polícia suspeita que a vestimenta seja uma alusão ao personagem Coringa.

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