A Polícia Militar assumiu, nesta terça-feira 5, que disparou um tiro de fuzil durante operação na comunidade Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro, que levou à morte de Marcelo Guimarães, de 38 anos, na segunda-feira 4.
Em depoimento à Polícia Civil, os PMs disseram, segundo a rádio BandNews FM, que criminosos dispararam em direção ao blindado e um dos agentes deu um tiro de fuzil de dentro do veículo, para que o outro policial conseguisse entrar na viatura. O veículo que a corporação utilizava, o ‘caveirão’, passou por perícia nesta terça.
Marcelo passava de moto por um dos acessos à comunidade depois de deixar o filho de cinco anos, pela primeira vez, em uma escolinha de futebol.
Em nota divulgada após o episódio, a PM afirmou que policiais foram atacados por bandidos durante patrulhamento, o que gerou um confronto no local.
Ainda na segunda-feira, um policial militar do 18º batalhão de Jacarepaguá publicou uma mensagem em suas redes sociais ameaçando moradores da Cidade de Deus após a morte de Marcelo. No texto, o policial afirmava que a vítima teria sido atingida “por vagabundos do Tijolinho”, em menção aos traficantes da região.
“Não foi nenhum dos meus! Querem colocar na nossa conta! Antes de saber, enfia a língua no c*, seus FDP protetores de bandidos! Já estou com dois caveirões e 38 policiais na base”, emendou.
O policial ainda ameaçou os moradores da comunidade na postagem: “Se sair pra fazer gracinha, vão se machucar”, em referência aos protestos por justiça após o assassinato de Marcelo.
A publicação foi apagada das redes sociais e, segundo a PM, foi aberto um procedimento para investigar a conduta. O policial foi convocado a prestar depoimento.
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