Sociedade

Cheia de rios e surto de dengue colocam o Acre em situação de emergência

Em meio ao caos, uma imagem que mostra um médico atendendo um bebê dentro da água viralizou nas redes sociais

Foto: Marcos Vicentti/Secom
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As cheias de rios no estado do Acre já atingem 130 mil pessoas em dez cidades. Muitas regiões estão debaixo de água há mais de uma semana.

O governador, Gladson Cameli (PP), decretou na terça-feira 16 situação de emergência devido às enchentes, ao surto de dengue, à crise migratória na fronteira com o Peru e à falta de leitos de UTI para pacientes com Covid-19.

Os municípios atingidos são Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Jordão, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves.

Na quinta-feira 18, após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o governador anunciou que foi oferecido um orçamento extra de 450 milhões de reais para atender a estados e municípios atingidos pela cheia durante a pandemia.

“Eu preciso do apoio do governo federal, que tem sido atencioso, mas a história é que não tenho mais condições financeiras de manter uma estrutura que foi feita e que precisa ser ampliada com a situação que estamos vivendo”, afirmou Cameli em entrevista à imprensa.

Na sexta-feira 19, o governador sobrevoou algumas áreas atingidas.

Campanha

Após o colapso sanitário, o DJ Alok anunciou que está em contato com algumas instituições para ajudar.

Em tuíte, ele informou que “já foi estabelecida uma contribuição com a Associação do Ministério Público do Acre” por meio do seu instituto.

Atendimento na água

Em meio ao caos na cidade de Tarauacá, que tem mais de 400 pessoas estão desabrigadas, uma imagem que mostra um médico atendendo um bebê dentro da água viralizou nas redes sociais. Trata-se de Rodrigo Damasceno que atendia a criança com pneumonia.

O registro, segundo o portal G1, foi feito pelo fotógrafo Lucas Melo na quinta-feira 18, que acompanhava a equipe do médico nos atendimentos.

“A maior dificuldade em consultar é deixar um barco próximo ao outro. Então, é mais fácil ficar fora e dentro da água e consultar as pessoas dentro do barco, assim, temos uma mobilidade melhor. É a maior alagação que vivenciei no município e que está afetando mais as pessoas. Essa criança tem dois anos e está com pneumonia. Conseguimos remédios com uma farmácia local e saímos também distribuindo a medicação, porque não adianta dar só a receita se a família não tem condições de comprar”, contou o médico ao G1.

Ao portal, o médico, que também é ex-prefeito da cidade, disse que a família da criança não saiu de casa, mesmo com a água dentro da residência. A mãe do menino falou para a equipe médica que tem medo de sair do local e furtarem os móveis.

Mais de 90% do município está inundado. Com isso, foram montados oito abrigos para atender os moradores que precisaram sair de casa.

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