A pouco mais de um ano para o início da Copa do Mundo, e às vésperas da Copa das Confederações, crescem as pressões sobre o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin.
Escanteado pelo governo e pela Fifa, que o querem longe do Comitê Organizador Local, e alvo de uma verdadeira devassa sobre sua vida pública anterior à presidência da entidade – quando, entre outros episódios obscuros, exigiu providências contra a direção da TV Cultura dias antes de o seu diretor, Vladimir Herzog, ser assassinado nos porões da ditadura – Marin é agora suspeito de ter assinado um negócio superfaturado na compra da futura sede da CBF no Rio.
De acordo com uma reportagem publicada nesta terça-feira 16 pela Folha de S.Paulo, o prédio com oito salas comerciais e 6.642,83 metros quadrados, localizado na Barra da Tijuca, custou à confederação 70 milhões de reais. A compra foi anunciada em 27 de julho e formalizada em 31 de agosto no mesmo ano.
Segundo o jornal, neste intervalo a empreiteira responsável pelo prédio negociou cinco das oito salas para intermediários por 12 milhões de reais. As mesmas salas foram repassadas para a CBF por 43 milhões. Sempre de acordo com a reportagem, as outras três salas foram vendidas diretamente para a entidade por 27 milhões de reais. Pelas contas, se as salas tivessem sido comercializadas pelo mesmo valor, a CBF teria pago 31 milhões a menos pelo mesmo espaço.
A confederação e as empresas envolvidas na negociação da sede da entidade disseram à reportagem que não houve irregularidades na transação, mas ninguém respondeu A entidade não respondeu como e por que foram pagos 43 milhões reais por cinco salas após elas terem sido negociadas por 12 milhões.