Casos de racismo marcam o dia da Consciência Negra

Professor da Unesp foi vítima de racismo e de um ataque a canivete em Bauru. No Rio, um grupo tentou impedir a realização de uma missa

Professor da Unesp foi vítima de racismo e de um ataque a canivete em Bauru. Crédito: Reprodução Facebook

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O professor do curso de Jornalismo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Juarez Xavier, foi vítima de racismo e de um ataque a canivete na quarta-feira 20, em Bauru, dia em que se celebra a Consciência Negra. A vítima relatou o caso em seu Facebook.

Segundo o policiamento da área onde o crime ocorreu, Xavier estava caminhando na Avenida Nações Unidas quando um homem passou e chamou-o de “macaco”. A vítima questionou a ofensa e foi derrubado no chão pelo agressor, que o atingiu com um canivete. Xavier sofreu duas perfurações superficiais, uma no ombro e uma no tórax.

 

Ele foi levado a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da cidade, onde teve os ferimentos suturados, sendo liberado em seguida. Já o agressor foi detido por pessoas que passavam pelo local e preso pela PM.

Confusão em igreja

Pelo menos mais um caso de injúria racial foi registrado na quarta-feira 20. No Rio de Janeiro, um grupo de católicos conservadores tentou impedir a realização de uma missa em homenagem ao Dia da Consciência Negra na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Glória, Zona Sul do Rio. A cerimônia tem cantos afro e o toque de atabaques e foi divulgada nas redes sociais da igreja.

Segundo relatos de frequentadores da igreja, cerca de 20 pessoas – homens de terno e mulheres usando véus – tentou impedir o padre de iniciar a celebração. Diante à negativa do sacerdote, no entanto, a missa foi realizada. Ao final, houve discussão entre o grupo e integrantes da paróquia. A missa é celebrada na igreja há pelo menos 15 anos, de acordo com informações dos frequentadores.


A Polícia foi chamada e pelo menos três homens do grupo que tentou impedir a missa foram conduzidos à 9ª DP (Catete).

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