Sociedade

Caso Bruno e Dom: Polícia Federal diz que não há mandante, e ONG indígena contesta

Univaja diz que a corporação está ignorando informações qualificadas sobre a existência de um grupo mafioso no Vale do Javari (AM)

O Indigenista Bruno Araújo e o jornalista Dom Phillips. Foto: Daniel Marenco | Reprodução
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A Polícia Federal afirmou neste sábado 17 que as investigações apontam para a ausência de um mandante no caso dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, desaparecidos na região do Vale do Javari (AM) em 5 de junho.

Em nota, a corporação afirma que as apurações indicam que os executores “agiram sozinhos”, sem a orientação de uma organização criminosa por trás dos atos. A hipótese, porém, segue sob análise.

A PF declarou ainda que continuam as buscas pela embarcação utilizada pelo indigenista e pelo jornalista. Os agentes de segurança têm trabalhado junto a membros de comunidades indígenas do local.

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari declarou que a nota da Polícia Federal “desconsidera informações qualificadas” oferecidas pela organização sobre a existência de um grupo criminoso envolvido em invasões a uma terra indígena da região.

De acordo com a Univaja, os irmãos Amarildo e Oseney Oliveira, conhecidos como “Pelado” e “Do Santo”, faziam parte do conjunto de mafiosos, composto por caçadores e pescadores profissionais.

A Univaja diz ter relatado ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à Fundação Nacional do Índio quais são os nomes dos participantes do esquema, os métodos da atuação e quais tipos de embarcações utilizam nas atividades ilegais.

A organização indígena acusa as autoridades responsávels pela proteção daquele território de ignorarem as denúncias já realizadas.

“Foi em razão disso que Bruno Pereira se tornou um dos alvos centrais desse grupo criminoso, assim como outros integrantes da Univaja que receberam ameaças de morte, inclusive, através de bilhetes anônimos”, declarou nota da organização.

Somente “Pelado” e “Do Santo”, que confessaram o crime, foram presos até o momento. Na quinta-feira 16, a PF relatou uma investigação contra outros três suspeitos. Na mesma data, os restos mortais chegaram chegaram a Brasília por meio de um avião da corporação.

Os corpos serão periciados pelo Instituto Nacional de Criminalística, no Setor Policial Sul da capital federal.

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