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Câmeras corporais podem não ter gravado partes da megaoperação por falta de bateria, diz secretário da PM
A operação desta terça-feira se tornou a mais letal da história do Rio, com mais de 130 mortes
O secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Marcelo de Menezes, afirmou que as câmeras corporais dos agentes podem não ter registrado toda a megaoperação realizada na terça-feira 29. O fornecimento das imagens é um dos pontos elencados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em decisão que ordenou o detalhamento da ação responsável por mais de 130 mortes.
Em entrevista com a cúpula de segurança do estado, na tarde desta quarta-feira 29, Menezes explicou que a movimentação para a saída das equipes começou ainda na madrugada, por volta das 3h, e que as baterias dos equipamentos têm duração de cerca de 12 horas. Por isso, ele indicou a possibilidade de os aparelhos não terem capturado toda a operação.
“É preciso considerar que, em algum momento, há a substituição dessas baterias quando o policiamento ostensivo está em andamento. Diante do cenário em que os policiais atuavam na operação, certamente, em determinado momento, as baterias se esgotaram e as gravações foram interrompidas. Como houve forte confronto, isso impediu que as baterias fossem substituídas”, disse Menezes.
O secretário destacou ainda que todas as determinações definidas na ADPF das Favelas foram cumpridas e que as imagens captadas pelas câmeras serão disponibilizadas aos órgãos de controle. A operação desta terça-feira se tornou a mais letal da história do Rio.
O objetivo da ação, de acordo com o governo Claudio Castro (PL), era prender líderes do Comando Vermelho que estariam nos complexos do Alemão e da Penha. Cerca de 81 pessoas foram detidas na operação.
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