Sociedade

Cacique Raoni é internado em UTI após passar mal em aldeia

Liderança kaiapó estava em hospital em Calíder (MT), mas foi transferido para Sinop após piora no quadro anêmico

Cacique Raoni Foto: JEFF PACHOUD / AFP
Apoie Siga-nos no

Uma das maiores lideranças indígenas do Brasil, o cacique Raoni Metuktire, da etnia Kaiapó, foi internado na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital em Sinop, no Mato Grosso, no sábado 18. Ele já estava sob observação em um outro hospital na cidade de Colíder (MT), mas foi transferido devido ao agravamento de seu estado de saúde.

Segundo uma nota do Instituto Raoni, o cacique começou a apresentar sintomas de desidratação há nove dias e, na quinta-feira 16, foi de sua aldeia, na Terra Indígena Capoto-Jarina, para o hospital em Colíder. Raoni tem apresentado estado depressivo desde o falecimento de sua esposa, Bekwyjkà Metuktire, no final de junho.

Raoni foi internado com sintomas de fraqueza e falta de ar, complicações gastrointestinais e desidratação. “Raoni está sofrendo uma hemorragia digestiva. Somente um diagnóstico mais preciso indicará onde está localizado o sangramento”, havia explicado o doutor Eduardo Massahiro Ono, cirurgião-geral do hospital Santa Inês.

“Amanhã vai tomar sangue e assim que estiver mais forte possivelmente fará uma endoscopia na segunda para ver se tem algum sangramento no sistema digestivo que possa justificar a anemia”, publicou sua neta, Mayalú Txucarramãe, nas redes sociais.

Os testes de detecção da COVID-19 realizados em Raoni deram negativo, segundo Bruch, cuja ONG organizou uma coleta de fundos para o povo Kayapó e coordena a campanha internacional do cacique.

Famoso pelos coloridos cocares de plumas e o grande disco inserido no lábio inferior, Raoni viajou o mundo nas últimas décadas para aumentar a consciência sobre a ameaça que a destruição da Amazônia representa para os povos indígenas.

Desde que o presidente Jair Bolsonoro assumiu o poder, em janeiro de 2019, Raoni redobrou as denúncias de ataques contra os povos nativos do Brasil.

Mais de 16.000 indígenas foram contaminados e 535 morreram por causa do novo coronavírus no Brasil, segundo a Articulação de Povos Indígenas do Brasil (APIB). Os dados causam temor entre os cerca de 900.000 indígenas que vivem em diferentes regiões do Brasil.

Outro líder indígena emblemático do país, o chefe Paulinho Paiakan, morreu em junho depois de ser contaminado pela COVID-19. Mais de dois milhões de pessoas foram contaminadas e mais de 77.000 faleceram de COVID-19 no Brasil.

*Com informação da AFP

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo