Sociedade
“Brota na DP pro desespero do teu ex” vira campanha de delegacia da mulher no Maranhão
Delegada aposta em paródias para fixar mensagem da campanha que é combater a importunação sexual
“Brota na DP pro desespero do teu ex”. Esse é o lema da campanha de carnaval promovida pela Delegacia Especializada da Mulher de Barra do Corda, município a 462 km de São Luís, Maranhão. Criada pela delegada Verônica Serra, com o apoio direto de duas investigadoras e duas escrivãs da unidade, a ação quer conscientizar a comunidade de cerca de 90 mil habitantes da importância de reconhecer e denunciar as violências baseadas em gênero de ordem física, moral e sexual.
A maneira encontrada de aproximar a comunicação das pessoas e fixar a mensagem foi utilizar de letras de músicas, caso da “Brota no Bailão pro desespero do seu ex”, do funkeiro Thiaguinho MT. Adaptada para a causa, a letra ficou da seguinte forma: “Boletim ok. Depoimento ok. Brota na DP pro desespero do teu ex”. “A informação é sempre o primeiro passo. Muitas mulheres vítimas de violência não sabem dos seus direitos e quais caminhos seguir”, afirma Verônica.
A campanha também trabalhou com as marchinhas de carnaval, parafraseando suas letras para enaltecer os direitos das mulheres e situações que devem ser combatidas durante o Carnaval, como a importunação sexual. A famosa Cabeleira do Zezé ganhou um novo formato. “Olha as atitudes do Zezé, será que ele é, será que ele é, machista?”, diz um trecho da paródia.
Na campanha, a composição carnavalesca “Aurora” também enaltece a tomada de consciência das mulheres sobre os seus direitos.
A marchinha Ó Abre Alas também foi modificada para que as mulheres entendam que não estão desemparadas, sobretudo no Carnaval onde os casos de importunação sexual podem ser maiores. “Se eu disser não e você me forçar, vou lá na DEM te denunciar.
A delegada explica que a produção de conteúdo é um trabalho preventivo e que a corporação da delegacia também estará nas ruas no Carnaval. “Faremos blitz, entregando panfletos com dicas de seguranças e também copos com os dizeres impressos”, conta. A unidade fica responsável pelas denúncias de mulheres, mas também de questões que envolvam o direito de crianças e adolescentes e idosos.
Ela ainda reforça a importância de ações integradas para garantirem o direito das mulheres durante o carnaval. “Vale a sororidade de uma mulher para com a outra, porque nos identificamos no momento da denúncia. Mas precisamos também prever ações integradas que envolvam não só a polícia, mas demais equipamentos como ONGs, OAB. Queremos que as mulheres saibam de seus direitos, mas também que os agressores entendam que determinadas condutas não passarão mais ilesas para a sociedade”, afirma.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.