Brasil é o 9º país com mais impunidade em crimes contra jornalistas

A Somália aparece pelo quinto ano consecutivo como o pior país do ranking, seguido pela Síria e Iraque

(Foto: PxHere / Creative Commons)

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Brasil e México aparecem entre os 13 países do mundo com maior impunidade em relação a crimes contra jornalistas, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira 29 pelo Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), que este ano não incluiu a Colômbia.

Corrupção, instituições ineficazes e falta de vontade política para investigar minuciosamente são fatores que estão por trás da impunidade, disse o CPJ, uma ONG de Nova York que promove a liberdade de expressão no mundo.

O “Índice Global de Impunidade 2019” do CPJ abrange a última década e não inclui mortes violentas de jornalistas durante conflitos armados ou cobertura de eventos potencialmente perigosos, como protestos violentos.

O ranking, baseado no número de assassinatos não resolvidos de jornalistas em relação à população total do país, coloca a Somália como o pior país pelo quinto ano consecutivo, seguido pela Síria e Iraque. O México aparece em sétimo, enquanto o Brasil é o nono.

Mas em termos do total de assassinatos de jornalistas não resolvidos desde 2009, o México está em segundo, com 30 casos, depois das Filipinas, com 41. O Brasil, com 15, é o nono.


O México “viu seu índice de impunidade piorar quase todos os anos desde 2008, quando cartéis criminosos lançaram uma campanha de terror contra a mídia”, afirmou o CPJ.

“De pelo menos 31 assassinatos de jornalistas ocorridos no México durante o período do índice, as autoridades conseguiram apenas uma condenação”, acrescentou.

No período de 10 anos que terminou em 31 de agosto de 2019, 318 jornalistas foram mortos por seu trabalho em todo o mundo e em 86% dos casos, nenhum dos autores foi processado com êxito, disse o CPJ.

O relatório observou que, na última década, grupos armados como Al-Shabaab, Boko Haram e Estado Islâmico realizaram ataques “com total impunidade” contra repórteres. E enfatizou que as organizações criminosas “se tornaram uma grande ameaça, matando um grande número de jornalistas e escapando rotineiramente da justiça”.

Colômbia fora da lista

O CPJ destacou o fato de a Colômbia estar fora da lista no último ano.

“Em dezembro, o presidente Iván Duque anunciou que o líder de um grupo de narcotraficantes acusado de matar dois jornalistas e seu motorista foi morto em uma operação conjunta policial e militar, próximo à fronteira com o Equador”, afirmou.

Sudão do Sul, Afeganistão, Paquistão, Bangladesh, Rússia, Nigéria e Índia completam a lista dos 13 piores países em relação à impunidade pelo assassinato de jornalistas.

Esses países apareceram várias vezes desde que o CPJ compilou o índice pela primeira vez em 2008, e sete foram incluídos a cada ano.

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