Sociedade

Bolsonarismo perde espaço nas redes sociais em caso de dinheiro na cueca de senador

Para especialista, chama atenção a falta de narrativa única na direita para amenizar peso da notícia

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A notícia de que o ex-vice líder do governo federal tentou esconder dinheiro na cueca durante operação da Polícia Federal chegou aos assuntos mais comentados no Twitter entre quarta-feira 14 e esta quinta 15.

Na rede social, as críticas ao senador Chico Rodrigues e ao presidente Jair Bolsonaro foram maiores do que as defesas. É o que indica levantamento feito pelo analista de monitoramento de redes Pedro Barciella, do site Essa Tal de Rede Social.

“O agrupamento antibolsonarista na polarização se apresenta maior nesse momento – e engloba os ‘bolsonaristas descontentes’, exilados pelo lavajatismo, imprensa, parlamentares de esquerda e atores progressistas no Twitter. O agrupamento, agora, soma 51,98% dos usuários e 51,62% das conexões.”, diz.

Pela imagem do monitoramento, gerada a partir das publicações mais influentes com menções a Bolsonaro, é possível ver em destaque o nome do candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, como grande disseminador das críticas contra a ligação do presidente com o senador.

Notícias de veículos de mídia profissional também circularam mais entre o campo progressista.

Nos perfis de direita, a deputada federal Bia Kicis (PSL-SP) ganhou destaque ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

Entre as publicações no Twitter, foi grande a circulação de um vídeo em que o presidente afirma que ele e o senador tinham “quase uma união estável”.

Para Barciela, chama atenção a falta de uma narrativa única para amenizar o peso da notícia – uma estratégia recorrente da extrema-direita para minar comentários negativos contra políticos que os agradam.

“O que mais uma vez chama atenção é a dificuldade recente dos agrupamentos bolsonaristas em enquadrar uma linha argumentativa única, centralizada. O que em outros momentos era padrão, se torna cada vez mais confuso”, diz.

“Como comparação, nas 24 horas anteriores o bolsonarismo batia em mais de 34% dos usuários e mais de 46% das conexões”, acrescenta Barciela.

“Usuários como Leandro Ruschel [blogueiro] tentam aproveitar a oportunidade para questionar as críticas de que Bolsonaro ‘domina a PF’, uma vez que seu aliado foi flagrado com dinheiro (por ele chamado de ‘apreensão glútea’ – 958 RTs), enquanto a parlamentar Bia Kicis exige que o senador seja destituído da vice liderança como forma de mostrar ‘a intransigência com a corrupção’ (1.2 mil RTs).”, analisa.

O restante das interações são, em resumo, sátiras humorísticas da situação, diz o analista.

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