Sociedade

Assassinatos no Brasil crescem 11% em março, mês de início da quarentena

A região nordeste é a que mais concentra alta dos casos, com destaque ao Ceará. Tocantins e Amapá puxam as altas no norte do País

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Mesmo em meio à pandemia do coronavírus, o Brasil teve alta de 11% no número de assassinatos no mês de março. É o que mostram dados do índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Segundo a ferramenta, foram registradas 4.146 mortes violentas em março de 2020, contra 3729 no mesmo mês, no ano passado. Quando se considera o trimestre, são 11.908 vítimas de assassinatos este ano, contra 10.924 em 2019, uma diferença de 984 mortes.

Ao todo, 17 estados do país apresentaram alta de assassinatos no trimestre; 10 registraram queda no período. A região nordeste é a que mais concentra alta dos casos. O Ceará teve aumento acima de 36% no primeiro trimestre desse ano, se comparado a 2019. Na região Norte, encontram-se no mesmo patamar os estados do Tocantins e Amapá.

No Sudeste, São Paulo e Minas Gerais aparecem com média de alta de 1 a 11% no primeiro trimestre do ano, em comparação ao mesmo período no ano passado. Já o Rio de Janeiro aparece na faixa de queda de 11 a 0% em relação ao ano passado.

A alta no número de assassinatos este ano coloca o País na contramão do que era verificado em 2019. O Brasil teve cerca de 41 mil vítimas de crimes violentos no ano passado, o que representou queda de 19% no número de assassinatos em todo o ano. O número era o mais baixo verificado desde 2007, ano em que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública passou a coletar os dados.

Segundo especialistas ouvidos por reportagem do G1, a hipótese é que o aumento esteja relacionado a um aumento nos conflitos entre grupos criminosos, uma vez que, a partir da primeira morte por coronavírus registrada no País no dia 17 de março, os estados começaram a praticar decretos pelo isolamento social, caso do Rio de Janeiro que tem decreto na mesma data e São Paulo que adotou a quarentena no dia 24 de março.

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