Sociedade

As notícias boas e ruins da Pnad 2013

Desigualdade cresce com aumento da renda dos mais ricos, mas trabalho formal e rendimento médio sobem, enquanto o analfabetismo cai

Taxa de analfabetismo das pessoas acima de 15 anos no Brasil voltou a cair em 2013
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira 18 o resultado do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), levantamento que mede situação socioeconômica da população brasileira. A pesquisa mostrou que, entre 2012 e 2013, houve um leve crescimento na desigualdade no país, o primeiro em 12 anos, enquanto que o número de trabalhadores com carteira assinada cresceu e a taxa de analfabetismo diminuiu.

O cálculo da desigualdade é medido pelo índice Gini. Quanto mais próximo de 0 e mais distante de 1, menor a desigualdade. Segundo o órgão, no indicador que mensura todas as formas de rendimento — como trabalho, aposentadoria, aluguel e aplicações – o índice subiu de 0,504 para 0,505, entre 2012 e 2013. Como a variação foi de 0,001, não é possível afirmar que houve piora da desigualdade, e sim que ela se manteve no mesmo nível. “Eu não diria que houve queda nem redução, porque a variação é muito pequena de 2011 para cá. A gente percebe que, desde 2011, [o índice] está variando para cima ou para baixo, mas eu não diria que é uma melhora ou uma piora”, disse Maria Lucia Vieira, gerente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Por outro lado, no índice Gini que considera apenas os rendimentos resultantes do trabalho, o número passou de 0,496 para 0,498. Isso indica leve aumento na desigualdade entre a população. Entre 2012 e 2011, esse dado havia mostrado diminuição da desigualdade. Em 2011 o índice era de 0,500. A explicação para o leve aumento da desigualdade é, segundo Maria Lucia Vieira, o aumento do rendimento das pessoas mais ricas, que cresceu mais que o das mais pobres. De 2012 para 2013, o crescimento da renda dos 10% mais ricos foi 6,3%, enquanto os 10% mais pobres tiveram um ganho de rendimento de 3,5%.

Outro dado preocupante é o aumento da taxa de desocupação, que mostra a proporção de pessoas desocupadas em relação à população economicamente ativa. Esse índice  se elevou de 6,1% para 6,5% em 2013. Entre as grandes regiões, a menor taxa foi observada na região Sul, 4%, e a maior, 8%, na Nordeste.

O número de empregos com carteira assinada no setor privado cresceu de forma significativa, 3,6% em relação a 2012. Isso quer dizer que, no ano passado, eram 36,8 milhões de trabalhadores, 1,3 milhão a mais na comparação com o ano anterior. Com isso, o percentual de empregados com carteira assinada passou de 74,6% para 76,1%. Esse aumento ocorreu, segundo o IBGE, em todas as regiões, mas os maiores acréscimos foram no Nordeste (6,8%) e no Sul (5,3%).

Além disso, o rendimento médio de todos os trabalhadores em 2013 mostrou crescimento de 5,7% na comparação com 2012, subindo de 1.590 reais para 1.681 reais. O Amazonas foi o estado que teve o maior aumento da renda, 12,8%, atingindo 1.455 reais, enquanto o Acre, Amapá e Espírito Santo tiveram queda no rendimento. O Distrito Federal apresenta o maior rendimento médio, com 3.114 reais, ante 2.083 reais em São Paulo, o segundo colocado. As menores médias estão em três estados nordestinos: Ceará (1.019 reais), Piauí (1.037 reais) e em Alagoas (1.052 reais).

O IBGE mostra também a taxa de analfabetismo das pessoas acima de 15 anos no Brasil voltou a cair em 2013. No ano passado, o país tinha cerca de 13 milhões de analfabetos nesta faixa etária, o que corresponde a 8,3% da população. O resultado é 0,4 ponto percentual abaixo do registrado em 2012 (8,7%). A taxa de analfabetismo funcional também caiu, de 18,3% para 17,8%.

O Brasil ainda conseguiu reduzir o número de crianças e adolescentes que trabalham. Em 2013, havia 3,1 milhões de trabalhadores de 5 a 17 anos de idade no Brasil, o que representou uma redução de 12,3% (438 mil crianças e adolescentes) em relação a 2012. Em relação a 2012, a queda percentual mais relevante foi justamente no grupo mais vulnerável, de crianças entre 5 a 9 anos de idade (-29,2%), o que significa que menos 24 mil crianças estão trabalhando.

Com informações da Agência Brasil

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