Saúde

Aquecimento global afetará saúde das novas gerações, diz relatório

Relatório publicado na revista científica The Lancet alerta para riscos sanitários relacionados ao aquecimento global e às emissões de CO2

(Foto: Yves Herman/Reuters)
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Em uma entrevista concedida ao jornal Le Monde, um dos autores do relatório “Contagem Regressiva Sobre a Saúde e as Mudanças Climáticas”, Nick Watts, afirma que uma criança nascida em 2019 viverá em um mundo com uma temperatura média de quatro graus a mais em relação a hoje. “Isso representa uma ameaça para sua saúde em todas as etapas de sua vida”, afirma.

As crianças, reitera, ainda estão desenvolvendo seu sistema imunológico, e seus organismos são particularmente vulneráveis às doenças e aos agentes poluidores, diz o representante do Instituto para a Saúde Mundial da Universidade de Londres. A exposição de meninas e meninos à poluição atmosférica afeta os pulmões, piora a asma e aumenta o risco de crises cardíacas e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

De acordo com o relatório, as emissões de CO2 geradas por combustíveis fósseis continuam a crescer e registraram uma alta de 2,6% entre 2016-2018. Cerca de 2,9 milhões de pessoas no mundo morreram prematuramente, com patologias ligadas indiretamente às partículas finas. As consequências do aquecimento global para a saúde continuam na idade adulta “e duram toda a vida”, comenta o especialista, “pedindo uma ação imediata de todos os países para reduzir as emissões.”

Bactérias e propagação de mosquitos

A elevação da temperatura terrestre associada a chuvas também favorece a proliferação de bactérias e mosquitos. Isso provoca o aumento de epidemias como a da dengue, por exemplo, que é a doença viral transmitida por um mosquito que se propaga mais rapidamente no mundo.

Globalmente, os autores do relatório ressaltam que uma criança que nasce hoje estará cada vez mais exposta aos fenômenos meteorológicos extremos: secas, calor, inundações ou incêndios florestais. Os pesquisadores julgam crucial “limitar o aquecimento a menos de 2°, como prevê o Acordo de Paris, assinado em 2015, e pedem que a questão seja destaque na agenda da COP25, a Conferência sobre o Clima, que acontece no início de dezembro em Madri.

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