Sociedade

Após reforma trabalhista, Brasil perde 3 milhões de sindicalizados, diz IBGE

Estudo também identificou maior taxa de pessoas ocupadas como empregador ou por conta própria, com CNPJ

Após reforma trabalhista, Brasil perde 3 milhões de sindicalizados, diz IBGE
Após reforma trabalhista, Brasil perde 3 milhões de sindicalizados, diz IBGE
Ato em São Bernardo do Campo, em defesa de direitos trabalhistas, em 2017. Foto: Edu Guimarães/SMABC
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O Brasil perdeu 3 milhões de trabalhadores sindicalizados desde a aprovação da reforma trabalhista no governo de Michel Temer (MDB), em 2017, lei que desobrigou a contribuição sindical e impôs novos obstáculos ao questionamento de direitos trabalhistas na Justiça. A informação foi divulgada nesta quarta-feira 26, pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2016, um ano antes da aprovação da reforma trabalhista, 13.502 trabalhadores estavam associados a um sindicato. Esse número diminuiu para 13.070 em 2017, baixando para 11.518 em 2018 e, em 2019, caiu para 10.567.

O número mais alto na contagem do IBGE foi apresentado em 2013, quando o Brasil registrou 14.615 trabalhadores sindicalizados. O número diminuiu pouco em 2015 em 2016, quando o País tinha 14.592 e 14.576 associados a sindicatos, respectivamente.

Em contraste com a queda de trabalhadores sindicalizados, o Brasil apresentou aumento da população ocupada entre 2016 e 2019, ou seja, no índice de pessoas com emprego. Ou seja, mais pessoas têm algum trabalho, mas isso não significou aumento no índice de trabalhadores organizados em coletivos.

Em 2016, o Brasil registrava 90.776 pessoas ocupadas, número que subiu para 91.073, em 2017; em seguida, para 92.333, em 2018; e 94.642, em 2019.

Segundo o IBGE, em percentuais, a taxa de sindicalização foi de 14,9% em 2016, 14,4% em 2017, 12,5% em 2018 e 11,2% em 2019.

Além disso, o Instituto registrou, em 2019, a maior taxa de pessoas ocupadas como empregador ou por conta própria, em empreendimentos registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

No ano passado, o estudo identificou 29,3% de pessoas nessa situação, o equivalente a 8,4 milhões de trabalhadores. É o índice mais elevado desde o início da série histórica em 2012.

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