Em meio ao crescente número de denúncias de abuso sexual e assédio, João de Deus apareceu para trabalhar na Casa Inácio de Loyola, seu consultório espiritual em Abadiânia (GO).
Cercado por seguidores, ele afirmou inocência e disse estar à disposição da Justiça. “Quero cumprir a lei brasileira, eu estou na mão da lei brasileira. O João de Deus ainda está vivo”, afirmou. Houve tumulto e o médium deixou o local após cerca de dez minutos; acompanhantes disseram à imprensa que ele passou mal.
É a primeira vez que o médium vem a público desde a divulgação do caso, no último sábado 8, quando 12 mulheres relataram ter sido vítimas de crimes sexuais praticados pelo médium. Até agora, ele tinha se limitado a compartilhar em seu perfil do Facebook textos e vídeos de fiéis em apoio a ele.
Apesar das denúncias, a Casa Inácio de Loyola anunciou por meio de assessoria de imprensa que manterá os atendimentos. Isso mesmo com o Ministério Público de Goiás ter solicitado à Justiça, na noite da última quarta-feira 12, a prisão preventiva do religioso.
Novas denúncias
Segundo informações do Ministério Público de Goiás, 206 mulheres haviam se apresentando à Justiça até a última terça-feira (13). Duas delas são estrangeiras que vivem nos Estados Unidos e na Suíça. As denúncias de brasileiras partiram de dez estados: Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
A orientação é para que as possíveis vítimas procurem o Ministério Público de seu respectivo estado, que fica responsável pela coleta das provas. O material é enviado na sequência à força-tarefa do MP goiano.
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