Sociedade

Após mais denúncias, Ministério Público pede prisão de João de Deus

Médium fez uma breve aparição em seu hospital espiritual em Abadiânia (GO). Mais de 200 mulheres acusaram abusos ao MP até agora

Após mais denúncias, Ministério Público pede prisão de João de Deus
Após mais denúncias, Ministério Público pede prisão de João de Deus
João de Deus aparece pela primeira vez desde denúncias (Foto: Marcelo Camargo
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Em meio ao crescente número de denúncias de abuso sexual e assédio, João de Deus apareceu para trabalhar na Casa Inácio de Loyola, seu consultório espiritual em Abadiânia (GO).

Cercado por seguidores, ele afirmou inocência e disse estar à disposição da Justiça. “Quero cumprir a lei brasileira, eu estou na mão da lei brasileira. O João de Deus ainda está vivo”, afirmou. Houve tumulto e o médium deixou o local após cerca de dez minutos; acompanhantes disseram à imprensa que ele passou mal.

É a primeira vez que o médium vem a público desde a divulgação do caso, no último sábado 8, quando 12 mulheres relataram ter sido vítimas de crimes sexuais praticados pelo médium. Até agora, ele tinha se limitado a compartilhar em seu perfil do Facebook textos e vídeos de fiéis em apoio a ele.

Apesar das denúncias, a Casa Inácio de Loyola anunciou por meio de assessoria de imprensa que manterá os atendimentos. Isso mesmo com o Ministério Público de Goiás ter solicitado à Justiça, na noite da última quarta-feira 12, a prisão preventiva do religioso.

Novas denúncias

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Segundo informações do Ministério Público de Goiás, 206 mulheres haviam se apresentando à Justiça até a última terça-feira (13). Duas delas são estrangeiras que vivem nos Estados Unidos e na Suíça. As denúncias de brasileiras partiram de dez estados: Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

A orientação é para que as possíveis vítimas procurem o Ministério Público de seu respectivo estado, que fica responsável pela coleta das provas. O material é enviado na sequência à força-tarefa do MP goiano.

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