Sociedade

Crea descarta vazamento de gás e reforça tese de problemas estruturais

Prédio passava por reformas. Quatro mortes já foram confirmadas

Três prédios desabaram na quarta-feira 25. Dois mortos já foram encontrados. Foto: Vladimir Platonow/ABr
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O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-RJ) descartou a possibilidade de o desabamento de três prédios no centro do Rio de Janeiro na noite na quarta-feira 25 ter sido provocado por um vazamento de gás seguido de explosão. O engenheiro civil, especializado em estrutura, Antônio Eulálio Pedrosa Araújo, que está no local do acidente, disse que o prédio caiu de cima para baixo e que a entidade trabalha com três hipóteses, todas ligadas a problemas na estrutura do edifício de 20 andares, o primeiro que desabou e caiu por cima dos demais – de quatro e nove andares, respectivamente.

Para o especialista, como a região onde estão os prédios é muito próxima do mar e as construções são antigas, pode ter havido corrosão e infiltração na última laje, provocando o desabamento em efeito cascata; a outra hipótese seria as obras de reforma nos 3º e 9º andares do prédio, que poderiam ter levado ao comprometimento das vigas de sustentação. A última possibilidade, também em função das obras, seria o excesso de peso nos andares devido ao acúmulo de material, como cimento, areia e pisos.

Antônio Eulálio enfatizou que a obra que estava sendo feita não tinha autorização do Crea. “Essas obras devem ter sido feitas por leigos. Isso é considerado pelo Crea como exercício ilegal da profissão. Só que esse exercício é punido como contravenção, quando deveria ser punido como crime. Mas isso tem que mudar no código penal. Não é o Crea que muda isso”, desabafou.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que continua no local do desabamento acompanhando o trabalho dos bombeiros, reiterou que a causa do acidente só poderá ser determinada pela perícia que está sendo feita por técnicos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli.

O prédio de 20 andares, que desabou por volta das 20h10, na Avenida 13 de Maio, na Cinelândia, área central dprédio fluminense, estava passando por reforma no quinto andar. As paredes divisórias tinham sido retiradas recentemente e no local foi aberto um grande salão. Tratava-se de um edifício comercial, vazio à noite, com muitas firmas de advogados. De acordo com várias testemunhas, o terceiro e o nono andar estavam passando por reformas.

Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro intensificaram na quinta-feira 26 as buscas por vítimas dos desabamentos de três prédios no centro da cidade. Já foram encontrados quatro corpos, dos quais três estão no Instituto Médico Legal (IML).

Durante a tarde, o subsecretário da Defesa Civil, Márcio Mota, chegou a dizer que havia cinco mortos. A informação foi, porém, corrigida depois.

Ao menos seis pessoas ficaram feridas e, segundo a prefeitura do Rio de Janeiro, há 22 desaparecidos. Cães farejadores identificaram dois focos onde, possivelmente, existam pessoas soterradas. Por segurança, a área, que é bastante movimentada, foi interditada desde a madrugada.

A Avenida Rio Branco está interditada desde a Avenida Presidente Vargas para facilitar o trabalho das equipes de socorro. Máquinas pesadas com pás mecânicas estão no local para auxiliar na retirada dos escombros e facilitar o acesso das equipes de socorro.

Por causa do desabamento, a concessionária MetrôRio, por motivo de segurança preventiva, resolveu fechar as estações Cinelândia, Carioca, Uruguaiana e Presidente Vargas. Com o fechamento, a Linha 1 do metrô está funcionando das estações Glória até a General Osório, no Leblon; e da Saens Peña, na Tijuca, à Central do Brasil. Na Linha 2 o metrô está operando da Pavuna, na zona norte, ao Estácio, na região central da cidade.

Policiais investigam as causas dos desabamentos. A suspeita mais provável, segundo os investigadores, é de colapso nas estruturas dos prédios, como falhas nas projeções. Foram descartadas motivações provocadas por vazamento de gás nos edifícios. O trabalho é dificultado pela poeira e a sujeira no local.

Para atender às famílias, foram montados dois núcleos de atendimento – um na Câmara Municipal do Rio e outro em uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF). Os dois locais estão próximos aos prédios que desabaram. Os atendimentos são feitos por funcionários da Defesa Civil e a prefeitura.

As cinco pessoas feridas foram retiradas dos escombros e levadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Não há detalhes sobre o estado de saúde dos quatro homens e mulheres.

Os desabamentos ocorreram na quarta-feira 25 à noite e atingiram três prédios antigos da região central. Os edifícios que desabaram tinha 20, 10 e quatro andares. O menor deles estava entre os outros dois, por isso, inicialmente, não foi informado o terceiro desabamento. Um grupo de 80 homens do Corpo de Bombeiros, com o apoio da Polícia Militar e da Defesa Civil, trabalham na área.

Pouco depois veio abaixo o imóvel de dez andares, causando ainda mais pânico. Uma espessa camada de poeira cobriu as ruas e os carros estacionados ao redor.

“Foi tudo muito rápido. Tive sorte de sair”, contou um dos feridos ao chegar ao hospital. “O prédio veio abaixo, como se tivesse havido uma implosão. Parecia o World Trade Center de Nova York”, comentou, por sua parte, Luiz Trajan, que ouviu um forte estrondo antes da estrutura desabar.

Consternado, Leandro observava seu carro com o teto afundado e coberto de pó branco. O veículo estava estacionado a uns20 metrosdos edifícios sinistrados. “O importante é que não tinha nada lá dentro”, acrescentou.

Trinta pessoas que estavam em um prédio vizinho foram resgatadas pelos bombeiros sem problemas.

Cinco operários estavam num dos prédios no momento do desabamento, e um deles, Alessandro da Silva Fonseca, ficou preso no elevador quando tentava escapar. Os demais conseguiram fugir.

“Começou a acabar o ar, não posso respirar, há muita fumaça”, contou Alessando através do celular à AFP. Ele foi resgatado são e salvo pelos bombeiros.

“Dezenove pessoas que estariam dentro dos imóveis ainda não voltaram para casa”, declarou o prefeito do Rio, Eduardo Paes. “Desde ontem à noite montamos um espaço para receber os parentes e familiares de pessoas que trabalhavam nos prédios”, acrescentou.

Vários carros que estavam estacionados na região ficaram cobertos de poeira em decorrência dos escombros. Edifícios localizados em volta dos prédios desabados também ficaram encobertos, como o prédio no qual funcionava uma agência do Banco Itaú e uma padaria. Nas proximidades também fica o tradicional Bar Amarelinho, que reúne políticos, artistas e jornalistas há décadas.

Em outubro passado, três pessoas morreram e 17 ficaram feridas numa explosão causada por um vazamento de gás em um restaurante também no centro do Rio de Janeiro.

*Com informações da Agência Brasil AFP.

Leia mais em .

Atualizado às 20h50 para acréscimo de informações.

O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-RJ) descartou a possibilidade de o desabamento de três prédios no centro do Rio de Janeiro na noite na quarta-feira 25 ter sido provocado por um vazamento de gás seguido de explosão. O engenheiro civil, especializado em estrutura, Antônio Eulálio Pedrosa Araújo, que está no local do acidente, disse que o prédio caiu de cima para baixo e que a entidade trabalha com três hipóteses, todas ligadas a problemas na estrutura do edifício de 20 andares, o primeiro que desabou e caiu por cima dos demais – de quatro e nove andares, respectivamente.

Para o especialista, como a região onde estão os prédios é muito próxima do mar e as construções são antigas, pode ter havido corrosão e infiltração na última laje, provocando o desabamento em efeito cascata; a outra hipótese seria as obras de reforma nos 3º e 9º andares do prédio, que poderiam ter levado ao comprometimento das vigas de sustentação. A última possibilidade, também em função das obras, seria o excesso de peso nos andares devido ao acúmulo de material, como cimento, areia e pisos.

Antônio Eulálio enfatizou que a obra que estava sendo feita não tinha autorização do Crea. “Essas obras devem ter sido feitas por leigos. Isso é considerado pelo Crea como exercício ilegal da profissão. Só que esse exercício é punido como contravenção, quando deveria ser punido como crime. Mas isso tem que mudar no código penal. Não é o Crea que muda isso”, desabafou.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que continua no local do desabamento acompanhando o trabalho dos bombeiros, reiterou que a causa do acidente só poderá ser determinada pela perícia que está sendo feita por técnicos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli.

O prédio de 20 andares, que desabou por volta das 20h10, na Avenida 13 de Maio, na Cinelândia, área central dprédio fluminense, estava passando por reforma no quinto andar. As paredes divisórias tinham sido retiradas recentemente e no local foi aberto um grande salão. Tratava-se de um edifício comercial, vazio à noite, com muitas firmas de advogados. De acordo com várias testemunhas, o terceiro e o nono andar estavam passando por reformas.

Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro intensificaram na quinta-feira 26 as buscas por vítimas dos desabamentos de três prédios no centro da cidade. Já foram encontrados quatro corpos, dos quais três estão no Instituto Médico Legal (IML).

Durante a tarde, o subsecretário da Defesa Civil, Márcio Mota, chegou a dizer que havia cinco mortos. A informação foi, porém, corrigida depois.

Ao menos seis pessoas ficaram feridas e, segundo a prefeitura do Rio de Janeiro, há 22 desaparecidos. Cães farejadores identificaram dois focos onde, possivelmente, existam pessoas soterradas. Por segurança, a área, que é bastante movimentada, foi interditada desde a madrugada.

A Avenida Rio Branco está interditada desde a Avenida Presidente Vargas para facilitar o trabalho das equipes de socorro. Máquinas pesadas com pás mecânicas estão no local para auxiliar na retirada dos escombros e facilitar o acesso das equipes de socorro.

Por causa do desabamento, a concessionária MetrôRio, por motivo de segurança preventiva, resolveu fechar as estações Cinelândia, Carioca, Uruguaiana e Presidente Vargas. Com o fechamento, a Linha 1 do metrô está funcionando das estações Glória até a General Osório, no Leblon; e da Saens Peña, na Tijuca, à Central do Brasil. Na Linha 2 o metrô está operando da Pavuna, na zona norte, ao Estácio, na região central da cidade.

Policiais investigam as causas dos desabamentos. A suspeita mais provável, segundo os investigadores, é de colapso nas estruturas dos prédios, como falhas nas projeções. Foram descartadas motivações provocadas por vazamento de gás nos edifícios. O trabalho é dificultado pela poeira e a sujeira no local.

Para atender às famílias, foram montados dois núcleos de atendimento – um na Câmara Municipal do Rio e outro em uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF). Os dois locais estão próximos aos prédios que desabaram. Os atendimentos são feitos por funcionários da Defesa Civil e a prefeitura.

As cinco pessoas feridas foram retiradas dos escombros e levadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Não há detalhes sobre o estado de saúde dos quatro homens e mulheres.

Os desabamentos ocorreram na quarta-feira 25 à noite e atingiram três prédios antigos da região central. Os edifícios que desabaram tinha 20, 10 e quatro andares. O menor deles estava entre os outros dois, por isso, inicialmente, não foi informado o terceiro desabamento. Um grupo de 80 homens do Corpo de Bombeiros, com o apoio da Polícia Militar e da Defesa Civil, trabalham na área.

Pouco depois veio abaixo o imóvel de dez andares, causando ainda mais pânico. Uma espessa camada de poeira cobriu as ruas e os carros estacionados ao redor.

“Foi tudo muito rápido. Tive sorte de sair”, contou um dos feridos ao chegar ao hospital. “O prédio veio abaixo, como se tivesse havido uma implosão. Parecia o World Trade Center de Nova York”, comentou, por sua parte, Luiz Trajan, que ouviu um forte estrondo antes da estrutura desabar.

Consternado, Leandro observava seu carro com o teto afundado e coberto de pó branco. O veículo estava estacionado a uns20 metrosdos edifícios sinistrados. “O importante é que não tinha nada lá dentro”, acrescentou.

Trinta pessoas que estavam em um prédio vizinho foram resgatadas pelos bombeiros sem problemas.

Cinco operários estavam num dos prédios no momento do desabamento, e um deles, Alessandro da Silva Fonseca, ficou preso no elevador quando tentava escapar. Os demais conseguiram fugir.

“Começou a acabar o ar, não posso respirar, há muita fumaça”, contou Alessando através do celular à AFP. Ele foi resgatado são e salvo pelos bombeiros.

“Dezenove pessoas que estariam dentro dos imóveis ainda não voltaram para casa”, declarou o prefeito do Rio, Eduardo Paes. “Desde ontem à noite montamos um espaço para receber os parentes e familiares de pessoas que trabalhavam nos prédios”, acrescentou.

Vários carros que estavam estacionados na região ficaram cobertos de poeira em decorrência dos escombros. Edifícios localizados em volta dos prédios desabados também ficaram encobertos, como o prédio no qual funcionava uma agência do Banco Itaú e uma padaria. Nas proximidades também fica o tradicional Bar Amarelinho, que reúne políticos, artistas e jornalistas há décadas.

Em outubro passado, três pessoas morreram e 17 ficaram feridas numa explosão causada por um vazamento de gás em um restaurante também no centro do Rio de Janeiro.

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