Política

Aos gritos de assassino e miliciano, presidente da Funai deixa evento da ONU

Ex-servidor da fundação foi o responsável pelo protesto em Madrid, na Espanha

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, deixou nesta quinta-feira 21 um evento da ONU, em Madri, na Espanha, aos gritos de ‘assassino’ e ‘miliciano’.

O protesto foi realizado pelo ex-servidor da fundação, o indigenista Ricardo Rao, exilado na Europa desde 2019 após sofrer ameaças de morte por sua atuação no Brasil. As informações são do jornalista Jamil Chade, do site UOL.

No vídeo, é possível ver Rao apontando o dedo para Xavier e dizendo que ele ‘não pertence’ àquele lugar. No auditório, era realizado o III Encontro de Altas Autoridades da Ibero-América com Povos Indígenas, do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Calibre (Filac), que administra recursos da FAO, da ONU.

Em seguida, o ex-servidor passa então a classificar o presidente da Funai como ‘assassino’ e ‘miliciano’. Ele apontou ainda Xavier como responsável pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, na região do Vale do Javari, na Amazônia.

Eu venho denunciar esse assassino, Marcelo Xavier, como inimigo de vocês. […] Esse homem é um miliciano, não representa a Fundação Nacional do Índio. É um assassino, um miliciano, é amigo de um governo golpista que está ameaçando a democracia no Brasil”, diz em um trecho. “Ele é responsável pela morte de Bruno e Dom Phillips. Você é um miliciano, bandido”, grita Rao segundos antes de Xavier levantar e deixar a sala.

Após a saída de Xavier, Rao também deixou o local. Ao site, ele contou ter optado por viver na Europa, tendo se registrado como exilado na Noruega e posteriormente optado por viver auto-exilado em Roma, na Itália, onde tem cidadania, após sofrer ameaças de morte no Brasil. Segundo conta, ele teve uma arma apontada para sua cabeça enquanto atuava com fiscalizações no Maranhão. O ex-servidor atuou na Funai desde 2010 e alega também ter sofrido perseguição administrativa na gestão de Bolsonaro, além de ser, conforme diz, alvo de milícias.

De acordo com Chade, outro ‘protesto formal’ contra Xavier foi organizado para os próximos compromissos do chefe da Funai no País. Segundo a Survival International, um dos organizadores da manifestação, os atos serão contra a ‘cumplicidade’ de Xavier “frente ao genocídio indígena em curso no Brasil, assim como diante dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips.”

Veja o vídeo:

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo