Política

Angela Davis e outras líderes convocam para ‘Internacional Feminista’

Iniciativa é baseada no protagonismo de movimentos como o Ni Una a Menos, na Argentina, e o #EleNão

Manifestante carrega cartaz em passeata contra a cultura do estupro no Rio, em junho de 2016
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Depois de três anos de mobilizações globais no dia 8 de Março, o movimento feminista quer dar um passo além: construir um organismo internacional para lutar por direitos. É o que propõe um manifesto assinado por Angela Davis, Nancy Fraser e outras intelectuais e ativistas de vários países.

A iniciativa toma por base o protagonismo de movimentos como o Ni Una a Menos, na Argentina, e o #EleNão, na resistência aos avanços da extrema-direita em meio a uma crise econômica e política. “O que está em jogo nessa crise são nossos futuros e nossas vidas. Forças políticas reacionárias estão crescendo e apresentando-se como uma solução a essa crise.”

O formato da organização ainda está em discussão, conta a deputada Isa Penna (PSOL). “Pode ser uma entidade tradicional, ou em rede. O que é urgente é que precisamos nos encontrar”, diz.

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Segundo ela, a ideia nasceu de encontros latinoamericanos e foi levada a intelectuais da Europa. E o manifesto deixa claras essas raízes. “O novo movimento feminista transnacional é moldado pelo sul, não só no sentido geográfico, mas também no sentido político, e é nutrido por cada região em conflito. Essa é a razão de ele ser anticolonial, antirracista e anticapitalista.”

Do Brasil, assinam Amelinha Telles (União de Mulheres de São Paulo), Jupiara Castro (Núcleo de Consciência Negra), Sonia Guajajara (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), a escritora Antonia Pellegrino, e Mônica Benício, viúva de Marielle Franco.

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Além dos protestos no dia 8, está marcado para o dia 14 um ato em protesto pela morte da vereadora, cujo crime completa um ano ainda sem culpados.

A meta é colher pelo menos 100 mil assinaturas no país. Leia o manifesto na íntegra e assine no site www.internacionalfeminista.org

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