Sociedade
Abraji registra 117 ataques contra jornalistas desde junho
Associação lamenta morte de cinegrafista e afirma que ataques são atentado à liberdade de expressão
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota oficial na tarde desta segunda-feira 10 na qual lamenta a morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, da Band. A Abraji afirma que ataques deste tipo constituem atentado à liberdade de expressão e que, desde junho, quando tiveram início as manifestações, registrou 117 ataques contra jornalistas, realizados por policiais e manifestantes.
Confira a íntegra da nota:
Abraji lamenta a morte cerebral do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade confirmada nesta segunda-feira (10.fev.2013) e se solidariza com familiares, amigos e colegas do profissional. Santiago foi ferido na cabeça por um rojão na noite de quinta-feira (6.fev.2014). Ele cobria uma manifestação, na região central do Rio de Janeiro, contra aumento das passagens de ônibus. A investigação da polícia aponta manifestantes como os responsáveis pela compra e disparo do rojão.
É o primeiro caso fatal envolvendo jornalistas atacados durante os protestos de rua, mas os incidentes têm se multiplicado. Desde junho de 2013, a Abraji alerta para a escalada de violência e violações contra profissionais da imprensa. Desde que esta onda de protestos começou até o anúncio da morte de Santiago Ilídio Andrade, houve 117 casos de agressão, hostilidade – tanto por manifestantes quanto por policiais – ou detenção de jornalistas.
A violência sistemática contra profissionais da imprensa constitui atentado à liberdade de expressão. É preciso que o Estado (Executivo e Judiciário) identifique, julgue e puna os responsáveis pelos ataques.
Diretoria da Abraji, 10 de fevereiro de 2013
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