Sociedade

A cada três ativistas agredidos, um é mulher

Estudo da Anistia Internacional mostra que esses casos frequentemente envolvem ataques sexuais

Foto: Governo da Bahia
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A violência contra os  ativistas que lutam pelos direitos humanos nas Américas desconhece gênero. A cada três ataques (ameaças, assassinatos, sequestros etc), uma das vítimas é mulher. É o que mostra o estudo Transformando Dor em Esperança, divulgado nesta sexta-feira 7 pela Anistia Internacional. como Argentina, Brasil, Colômbia, Estados Unidos e México. Do total, apenas cinco episódios tiveram punição da Justiça.

Dos casos brasileiros citados no relatório, por exemplo, dois são contra mulheres: a juíza Patrícia Acioli, assassinada por policiais militares investigados por crimes de execução, e.

Atualmente, Laísa Sampaio mantém um projeto de preservação ambiental no Assentamento Praialta-Piranheira, onde sua irmã Maria do Espírito Santo e o cunhado José Cláudio Ribeiro foram assassinados. Por isso, as ameaças de madeirerios e carvoieros da região continua.

Fora do relatório, há outros exemplos de defensoras de direitos humanos vítimas da violência no Brasil. Entre elas, a freira norte-americana Dorothy Stang, morta também no Pará em 2005, devido a conflitos de terra.

Em grande parte dos episódios analisados, os ataques às mulheres não se resumiram a ameaças de morte, sequestros ou assassinatos. Enveredaram também para violência de gênero, como ataques sexuais. “Esse é um dado dramático e revelador da extrema violência em que muitas vezes as mulheres se encontram simplesmente pelo fato de ser mulher. É uma violência que foca na sua sexualidade e corpo. É um quadro que se repete”, diz Átila Roque, presidente da Anistia Internacional no Brasil, a CartaCapital.

O estudo também destaca que, para algumas mulheres nas Américas, a discriminação, as barreiras culturais, a vergonha, o medo da estigmatização e a falta de acesso à Justiça torna mais difícil denunciar a violência de gênero. Mesmo quando superam esses problemas, diz o texto, elas se deparam com sistemas de saúde e de justiça ineficientes, sem proteção ou investigações efetivas.

A discriminação por sexo e identidade de gênero responde pelos elevados índices de violência contra mulheres nos países da região. E os defensores dos direitos humanos que atuam nestas causas acabam, muitas vezes, virando alvos. “Muitas mulheres encontram-se em várias lutas. Percebe-se o seu protagonismo também na afirmação da transversalidade e universalidade dos direitos, porque elas sofrem violência de gênero em todos os sentidos. E isso revela o modo como as nossas sociedades ainda se estruturam do ponto de vista político de gênero”, afirma Roque.

A violência contra os  ativistas que lutam pelos direitos humanos nas Américas desconhece gênero. A cada três ataques (ameaças, assassinatos, sequestros etc), uma das vítimas é mulher. É o que mostra o estudo Transformando Dor em Esperança, divulgado nesta sexta-feira 7 pela Anistia Internacional. como Argentina, Brasil, Colômbia, Estados Unidos e México. Do total, apenas cinco episódios tiveram punição da Justiça.

Dos casos brasileiros citados no relatório, por exemplo, dois são contra mulheres: a juíza Patrícia Acioli, assassinada por policiais militares investigados por crimes de execução, e.

Atualmente, Laísa Sampaio mantém um projeto de preservação ambiental no Assentamento Praialta-Piranheira, onde sua irmã Maria do Espírito Santo e o cunhado José Cláudio Ribeiro foram assassinados. Por isso, as ameaças de madeirerios e carvoieros da região continua.

Fora do relatório, há outros exemplos de defensoras de direitos humanos vítimas da violência no Brasil. Entre elas, a freira norte-americana Dorothy Stang, morta também no Pará em 2005, devido a conflitos de terra.

Em grande parte dos episódios analisados, os ataques às mulheres não se resumiram a ameaças de morte, sequestros ou assassinatos. Enveredaram também para violência de gênero, como ataques sexuais. “Esse é um dado dramático e revelador da extrema violência em que muitas vezes as mulheres se encontram simplesmente pelo fato de ser mulher. É uma violência que foca na sua sexualidade e corpo. É um quadro que se repete”, diz Átila Roque, presidente da Anistia Internacional no Brasil, a CartaCapital.

O estudo também destaca que, para algumas mulheres nas Américas, a discriminação, as barreiras culturais, a vergonha, o medo da estigmatização e a falta de acesso à Justiça torna mais difícil denunciar a violência de gênero. Mesmo quando superam esses problemas, diz o texto, elas se deparam com sistemas de saúde e de justiça ineficientes, sem proteção ou investigações efetivas.

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