834 presos fogem de presídios em SP; 429 são recapturados

Rebeliões e fugas aconteceram após Justiça suspender a saída temporária dos presos na Páscoa devido a contaminação do coronavirus

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Pelo menos 834 presos fugiram de quatro unidades prisionais do estado de São Paulo na tarde da segunda-feira 16, em reação à decisão da Justiça em suspender a saída temporária de mais de 34 mil detentos para evitar risco de contágio pelo coronavírus. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), até as 8h55 desta terça-feira 17, 429 presos tinham sido recapturados pela Polícia Militar (PM). De acordo com a pasta, o número de foragidos ainda pode aumentar já que a contagem ainda não foi finalizada.

Os presos que participaram de rebeliões nas unidades de Mongaguá, Porto Feliz, Tremembé, Mirandópolis e Sumaré cumpriam regime semiaberto. Nesta terça-feira (17) estava prevista a saída temporária deles para passar a Páscoa com suas famílias. Os presos, que já trabalham durante o dia e retornavam à noite para os presídios, voltariam às suas unidades em 23 de março. Porém, diante do aumento do número de casos de coronavírus, a SAP decidiu pediu a Justiça que essa saída fosse barrada para evitar que os presos saíssem e voltassem infectados, contaminando assim outros detentos.

No Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Mongaguá, no litoral paulista, 577 presos fugiram durante a rebelião e 172 foram recapturados. Nove agentes penitenciários foram mantidos reféns, mas todos foram liberados sem ferimentos pelos detentos. Nenhum preso ficou ferido.

Em Porto Feliz, interior paulista, 178 presos que fugiram do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) durante a rebelião foram recapturados. A SAP não divulgou o número total de fugas nesta unidade. Segundo a pasta, não há informações de reféns e feridos.

Em Tremembé, interior de São Paulo, 75 presos que fugiram do presídio Doutor Edgar Magalhães Noronha, conhecido como Pemano, durante a rebelião, foram recapturados. A SAP não informou o total de fugas nesta unidade. A pasta informou que não foram feitos reféns e nem tiveram feridos no presídio.

Na Penitenciária de Mirandópolis não teve fuga, segundo a SAP. Apesar disso, nove detentos ficaram feridos durante a rebelião, sendo dois deles em estado grave por briga interna entre os presos. Não há registro de agente penitenciário ferido ou mantido refém.

A SAP não considerou o que correu no Centro de Ressocialização (CR) de Sumaré como uma rebelião. De acordo com a pasta o que ocorreu lá foi um caso pontual de uma agente penitenciário que foi mantido refém, mas depois foi liberado pelos presos. Apesar disso, quatro detentos fugiram na confusão, mas foram recapturados à noite.

No CDP de Hortolândia, presos também teriam se recusado a entrar nas celas, como ocorreu em Sumaré, mas de acordo com o sindicato dos agentes penitenciários, a situação foi controlada.

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