É perceptível para 74% da população brasileira o aumento de pessoas em situação de pobreza, em consequência do cenário de desemprego e fome nos últimos doze meses.
Quase metade dos brasileiros (47%) diz conhecer pessoas que têm dificuldade para comprar alimentos. Para 34%, é perceptível o aumento da população em situação de rua. 29% também afirmam perceber o crescimento no número de pessoas trabalhando nas ruas ou em semáforos, enquanto 17% notam a expansão de áreas ocupadas pela população desassistida. A percepção do avanço da pobreza e da fome é mais comum entre moradores de municípios com mais de 50 mil habitantes.
Os dados constam da pesquisa Cidades Sustentáveis: Desigualdades, divulgada nesta quarta-feira 10 e realizada pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria, o Ipec, em parceria com o Instituto Cidades Sustentáveis.
O País dos ‘bicos’
O estudo também evidencia que 45% dos brasileiros, mais de 76 milhões de pessoas, tiveram de recorrer a atividades extras para complementar a renda. Os serviços gerais, como faxina, manutenção e marido de aluguel, foram as atividades mais procuradas (13%). A venda de alimentos aparece como a segunda atividade mais citada (8%), seguida da venda de roupas e de artigos usados (6%).
A necessidade é percebida em todas as regiões do País, com mais expressividade no Norte/Centro-Oeste, onde 48% da população faz algum tipo de “bico”. No Sul, 63% responderam que não precisaram recorrer a atividades extras.
A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 5 abril deste ano, em todo o território nacional, a partir de 2 mil entrevistas presenciais em 128 municípios, com pessoas acima dos 16 anos de idade. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
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