Economia

1% da população concentra metade da riqueza no Brasil, diz relatório

Os dados apontam impactos econômicos da Covid-19 nas principais economias latinas

1% da população concentra metade da riqueza no Brasil, diz relatório
1% da população concentra metade da riqueza no Brasil, diz relatório
Foto: iStock
Apoie Siga-nos no

Relatório divulgado pelo banco Credit Suisse mostrou que 1% da população brasileira concentra 49,6% da riqueza do Brasil, índice maior que o registrado em 2000, de 44,2%. O estudo, chamado de Riqueza Global, é divulgado anualmente pelo banco suíço, com informações disponíveis desde 2010. O relatório informa que o mundo fechou 2020 com 56,1 milhões de milionários, em uma população de mais de 7 bilhões de pessoas.

 

De acordo com o documento, o rendimento pessoal caiu, em média, 1,6% no Brasil e no México, países que detêm as maiores economias e maiores populações da América Latina, além do Chile, que tem uma das economias consideradas mais dinâmicas na região.

Os três países sofreram muito com impactos sanitários e econômicos durante a 1ª onda da pandemia, diz o relatório, com taxas acima da média da América Latina e muito acima da média mundial. Na 2ª e na 3ª ondas, Brasil e México seguem em destaque negativo.

O desemprego aumentou significativamente, a partir de uma taxa média de 7,5% no fim de 2019 para 10,7% no 3º trimestre de 2020, caindo para 10% no 4º trimestre. O consumo caiu 2,4%.

No 1º semestre de 2020, o Produto Interno Bruto caiu 11% no Brasil e no Chile, enquanto no México teve uma queda de 18,1%. No 2º semestre, o PIB cresceu nos três países, mas no apanhado de todo o ano, o PIB caiu 4,1% no Brasil, 5,8% no Chile e 8,2 no México. Em 2021, o Fundo Monetário Internacional espera crescimento de 3,7% para o Brasil, 5% para o México e 6,2% no Chile.

A dívida pública também subiu: a média é de que houve salto de 56,4% do PIB em 2019 para 64% em 2020.

Os dados são divulgados após clamores internacionais de que haja uma taxação mais justa sobre as classes mais abastadas. Nesta semana, o FMI disse que os ricos deveriam pagar mais impostos na América Latina, seja por meio de faixas de renda, patrimônio de luxo ou herança.

Em maio, Alejandro Werner, diretor do FMI para a América Latina, informou que mais de 60% do apoio do fundo na pandemia foi para a América Latina. Foram 68 bilhões de dólares para 20 países da região, 9 deles caribenhos. No total, 110 bilhões de dólares foram destinados a 85 nações.

No Brasil, propostas de reforma tributária ainda tramitam no Congresso, mas não há consenso sobre a aprovação de medidas que imponham maiores tributações às classes mais ricas.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo