YouTube permite circulação de fake news sobre vacina da Covid-19, diz estudo

Plataforma dissemina e lucra com desinformação sobre imunizantes, analisa a União Pró-Vacina

Nova Vacina Russa contra Coronavirus Sars-Cov-2 sobre a mesa do laboratório. Foto: Adriano Siker/iStock/Getty Images

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Na corrida pela comprovação científica de uma vacina eficaz e segura, produtores de conteúdos falsos e teorias conspiratórias ainda têm arrecadado dinheiro com a monetização do YouTube.

 

 

Um levantamento do grupo União Pró-Vacina (UPVacina), que reúne pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, apontou que cerca de 65 vídeos publicados entre 2 de março e 21 de outubro, que somam 3,8 milhões de visualizações e 3,1 milhões de inscritos, não foram derrubados pela plataforma mesmo depois de mudanças a fim de coibir a disseminação de mentiras sobre a Covid-19.

“A monetização dos vídeos está permitindo que tanto os autores quanto o próprio YouTube se beneficiem financeiramente do material, em meio a uma guerra política e informacional que atenta diretamente contra a saúde pública e cobra seu preço em vidas.”, dizem os pesquisadores.


No dia 16 de outubro, o YouTube afirmou que passaria a derrubar fake news contra a vacina da Covid-19 – uma ação adicional à intenção da rede de também barrar informações falsas sobre a doença. Em um comunicado, a plataforma disse que as novas regras vêm como uma forma de garantir que as informações veiculadas na plataforma sejam legítimas conforme os estudos sobre as vacinas avançam.

O potencial do alcance é destrutivo em termos informacionais: um dos vídeos que o YouTube demorou para tirar no ar foi o conteúdo mais compartilhado sobre vacina no Facebook no mês de setembro.

 

 

De acordo com o estudo do UPVacina, o número de compartilhamentos do vídeo em questão foi 52 vezes maior do que a soma de todos os conteúdos produzidos nos principais grupos antivacina no Facebook entre maio e julho.

“Entre os principais temas, mentiras tradicionalmente utilizadas pelos grupos antivacina, como presença de células de fetos abortados na composição dos imunizantes e uso dessas substâncias para inserir microchips ou alterar o DNA humano com o propósito de controlar a população.”, dizem os pesquisadores.

 

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