Witzel: restrição de ida à praia pode chegar até fim de semana no Rio

Rio também estuda em restringir circulação do transporte público. Governador, porém, se mostra contra dar dinheiro à população

Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou que pensa em maneiras de restringir ônibus, metrôs, a ida à praia e a circulação de pessoas no geral – que seriam monitoradas por um “QR Code” já que, para o político, “todo mundo tem celular” – como parte das medidas de enfrentamento ao coronavírus na cidade.

“Pode ser que haja uma decisão a partir de sexta (amanhã) justamente para evitar que no sábado e no domingo a população queira ir para à praia. Mas acho que já entenderam que a praia não é mais ambiente.”, declarou ele em entrevista ao jornal O Globo nesta quinta-feira 19.

Para auxiliar a população, Witzel disse ainda que não pretende dar dinheiro, e sim cestas básicas, à população do Rio no enfrentamento ao coronavírus na cidade. Witzel acrescentou, no entanto, que ainda não havia pensado em incluir álcool gel e sabonetes, dois itens de higiene aliados no combate ao vírus, às cestas do governo.

Segundo ele, as pessoas teriam que sair às ruas caso recebessem algum auxílio em dinheiro, o que iria contra as medidas de isolamento adotadas por países como China e Itália, os mais afetados pela doença até o momento.

“Já estamos com estudo para adquirir dois milhões de cestas básicas. O próprio governo do estado vai distribuir. Considerando o cadastro que nós temos dos mais necessitados.”, disse Witzel.

No campo econômico, o governador criticou a falta comando do governo federal em relação ao aporte financeiro dado aos estados. Dentro do Rio, no entanto, Witzel afirmou pensar em suspender a conta de água, luz, gás e telefone, mas ainda não tinha uma resposta para o pagamento de impostos por parte de profissionais liberais.


O presidente Jair Bolsonaro, que considera Witzel um inimigo político, vinha tratando a crise como “histeria” e foi duramente criticado por ter ido às manifestações ao seu favor no dia 15 de março, no Palácio da Alvorada.

Na quarta-feira 18, o ministro da Economia Paulo Guedes anunciou um pacote de R$ 15 bilhões em “vouchers” de R$ 200 para trabalhadores informais, os mais atingidos pelas restrições de circulação nas ruas. Na visão do governador do Rio, no entanto, ainda não é o suficiente para enfrentar os impactos econômicos que virão e, também, um possível número avançado de mortes no País, que já registra cinco casos – um deles em Niterói, Rio de Janeiro.

“Estamos falando de uma crise de seis meses. Os Estados Unidos estão colocando US$ 1 trilhão na economia. Quanto o governo federal vai colocar?”, declarou ao jornal. “Rede pública nenhuma está pronta para isso. […] O Ministério da Saúde falou que a preocupação deles é como fazer para enterrar os mortos. Se tivermos um número elevado, vamos ter que fazer um cemitério só para eles.”, disse o governador.

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