Saúde

Voo de sete horas resulta em 59 infecções pelo novo coronavírus

Aeronave tinha apenas 17% da ocupação, e alguns infectados não estiveram sentados perto de outros

Avião
Conclusões contradizem estudos divulgados pelas empresas aéreas, que já afirmaram que os riscos de ser infectado a bordo são semelhantes aos de ser atingido por um raio. Foto: Mauricio Graiki/iStockphotos Conclusões contradizem estudos divulgados pelas empresas aéreas, que já afirmaram que os riscos de ser infectado a bordo são semelhantes aos de ser atingido por um raio. Foto: Mauricio Graiki/iStockphotos
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Um estudo mostrou que um voo internacional de sete horas e meia com apenas 17% de ocupação resultou em 59 infecções pelo novo coronavírus, incluindo 13 passageiros e 46 pessoas infectadas mais tarde, já no país de destino.

Os pesquisadores afirmaram que o caso demonstra o grande potencial de disseminação do vírus relacionado ao tráfego aéreo e que restrições de movimento após o desembarque e o rastreamento de contatos podem limitar as transmissões.

Segundo o estudo, publicado no site Eurosurveillance na semana passada, o voo tinha como destino a Irlanda e ocorreu no verão europeu de 2020. A origem não foi divulgada, nem a empresa aérea. No avião estavam 49 passageiros, de um total possível de 283, e 12 tripulantes.

Os 13 passageiros infectados fizeram conexão num grande aeroporto europeu e eram oriundos de três continentes. Um grupo de cinco infectados relatou ter passado a noite na área de conexão, totalizando 12 horas. Um segundo grupo de três pessoas compartilhou uma área de conexão separada, e mais cinco fizeram conexões curtas, de menos de duas horas, na área de embarque.

Máscaras e distância a bordo

Dos 13 passageiros que testaram positivo, 12 apresentaram sintomas de Covid-19 e um ficou assintomático. Ao menos nove deles usaram máscara durante o voo, e um (uma criança) não usou. Os pesquisadores não sabem se os outros três usaram máscara.

Os passageiros que testaram positivo tinham idade entre 1 e 65 anos. Quatro foram hospitalizados, e um deles acabou na UTI.

Os pesquisadores destacaram que quatro dos casos positivos no voo não estavam sentados perto de um outro caso positivo, não mantiveram contato na área de conexão e usaram máscaras no voo.

A origem do surto não foi identificada, mas um passageiro, que testou negativo e era parente próximo de um caso positivo do voo, declarou que havia testado positivo três semanas antes da viagem.

“Viagens aéreas aceleraram a pandemia global, contribuindo para a disseminação da doença do coronavírus (covid-19) pelo mundo”, afirmaram os cientistas.

As conclusões contradizem estudos divulgados pelas empresas aéreas, que já afirmaram que os riscos de ser infectado a bordo são semelhantes aos de ser atingido por um raio ou que passageiros usando máscara no voo correm pequeno risco de contrair o vírus.

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