Saúde

Vacina ítalo-britânica começará testes em humanos no fim de abril

Se o estudo clínico apresentar resultados satisfatórios contra o coronavírus, a vacina pode estar disponível na Europa a partir de setembro

Unidade de Tratamento Intensivo no Hospital das Clínicas, em Porto Alegre (RS). Foto: Silvio Avila/AFP
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Desenvolvida por cientistas italianos e britânicos, uma vacina contra a covid-19 será testada em humanos no fim de abril, em um grupo de 550 voluntários saudáveis de Londres. O projeto é fruto de uma parceria entre a empresa Advent-IRBM, de Pomezia, na província de Roma, e o Instituto Jenner, da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Se o estudo clínico apresentar resultados satisfatórios, a vacina pode estar disponível na Europa a partir de setembro.

“Nosso parceiro sintetizou o gene da proteína ‘spike’ (utilizada pelo coronavírus para agredir células e se multiplicar). Esse gene é inoculado no corpo humano, que reconhece o corpo estranho e produz anticorpos”, explica Piero di Lorenzo, presidente da companhia italiana, responsável pela fabricação do primeiro lote. “A vacina para o ebola saiu desses mesmos laboratórios há cinco anos”.

Diante da emergência causada pela pandemia de coronavírus, os cientistas adiantaram a fase de testes na população. “Em tempos normais, chegar a esta etapa demoraria anos”, reconhece o secretário de Saúde do Reino Unido, Matthew Hancock. O governo britânico colocou 20 milhões de libras esterlinas (cerca de 132 milhões de reais) à disposição da equipe de Oxford e destinou 22 milhões de libras (146 milhões de reais) a outro projeto de vacina desenvolvido pelo Imperial College de Londres.

Na Alemanha, o Instituto Paul Ehrlich também anunciou, na quarta-feira 22, o primeiro teste de uma vacina contra a covid-19, desenvolvida com dados genéticos de outra proteína do coronavírus. A primeira fase do estudo clínico contará com 200 voluntários, com idades entre 18 e 55 anos. Os alemães devem usar variantes da vacina levemente modificada para aumentar as chances de acerto.

Com os anúncios, os europeus entram com força na corrida pelo desenvolvimento da primeira vacina contra a covid-19, responsável por mais de 202 mil mortes no mundo até o sábado 25, segundo o painel de monitoramento global da Universidade Johns Hopkins. Em 19 de março, Donald Trump informou que os EUA começaram a testar a sua vacina, um projeto sob a coordenação da força-tarefa da Casa Branca contra o coronavírus. Dias depois, a China comunicou o início de testes clínicos em 108 voluntários. 

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