Uso da hidroxicloroquina é associado a aumento de mortalidade

Compilado de estudos internacionais observou impactos do medicamento em mais de 10 mil pacientes e não achou benefícios no uso do fármaco

Hidroxicloroquina. Foto: AFP.

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Um artigo que compilou diversos outros estudos acerca do uso da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento da Covid-19 concluiu que o uso do primeiro fármaco influencia no aumento da mortalidade dos pacientes, enquanto o segundo não ofereceu evidências de melhorias na luta contra a doença.

A análise foi publicada na revista científica Science na quinta-feira 15, e coloca-se como mais uma evidência da ineficácia dos medicamentos e do perigo do uso indiscriminado de ambos, com contrapartidas de problemas cardíacos, como arritmia, e outras complicações renais.

Os pesquisadores compilaram grandes estudos clínicos dos fármacos, realizados principalmente nos primeiros meses da pandemia de Covid-19, quando tentava-se avaliar quais medicamentos poderiam ser aliados no combate ao vírus.

 

 


“Um exame rápido dos dados de todas as causas de mortalidade dos mais diversos testes possíveis pode oferecer a melhor evidência de potencial de sobrevivência e garantir que os pacientes não sejam expostos a riscos desnecessários se não há benefícios”, detalham os autores, no artigo, sobre a intenção do levantamento. Leia o artigo completo [em inglês].

A maior pesquisa analisada foi a que estava sendo feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Universidade de Oxford com os ensaios nomeados de Recovery, que testaram 11 mil pacientes do Reino Unido com diferentes tratamentos medicamentosos na recuperação da Covid-19.

Entre pesquisas publicadas, não-publicadas e testes que não chegaram a uma conclusão final, a análise dos dados mostra que não houve nenhum benefício da utilização da hidroxicloroquina, cujo uso foi associado a um aumento na mortalidade. Os estudos unidos coletaram informações de 10.012 pacientes.

Já a cloroquina, que foi menos testada do que a sua variante, não obteve resultados significativos de melhora em nenhum dos estudos compilados pelo grupo de pesquisadores. Mesmo assim, eles destacam que os testes abrangeram 307 pessoas, uma quantia significantemente menor do que com a hidroxicloroquina.

 

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