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União Europeia pretende anunciar em breve fim da fase de emergência da Covid-19

Relatório ainda em elaboração pretende criar um dispositivo de testes e rastreio das contaminações da doença similar ao praticado com a gripe

Foto: ANDER GILLENEA / AFP
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A Comissão Europeia se prepara ao anúncio do fim da fase de emergência da pandemia de Covid-19. Em um relatório ainda em elaboração, o bloco detalha a entrada em uma etapa em que o dispositivo de testes e rastreio das contaminações da doença serão similares aos praticados atualmente com a gripe.

A nova fase entrará em vigor após um aumento das infecções e mortes provocadas pela variante ômicron, menos virulenta que a delta. A imunização de mais de 70% da população europeia permite, segundo o projeto de documento, a evolução da estratégia contra a Covid-19.

Bruxelas privilegiará uma abordagem “que se afaste da urgência, em direção a um modo mais viável” de gestão da pandemia, afirma o relatório em preparação. Sob coordenação da comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, o documento deve ser oficializado na quarta-feira (27).

“Covid veio para ficar”

Cabe à Organização Mundial da Saúde (OMS) determinar o início e o fim de uma pandemia. No entanto, até o momento, a instituição não se pronunciou sobre a questão. Ao contrário, nesta terça-feira (26), o presidente da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a forte diminuição da realização de testes de Covid em todo o mundo representa um perigo para a evolução da crise sanitária.

O relatório da UE ressalta que “a Covid veio para ficar”, sobretudo com o surgimento de novas variantes. Por isso, “vigilância e preparação” continuam sendo essenciais. Segundo Kyriakides, novas ondas da pandemia são possíveis e os governos devem permanecer atentos e determinar medidas de emergência em caso de necessidade.

O texto também recomenda que, na futura abordagem da pandemia prevista para o bloco, é preciso que as pessoas que apresentam sintomas de Covid e aquelas com quem tiveram contato sejam sistematicamente testadas. A medida, que era uma regra em vários países europeus até o início deste ano, deixou de ser aplicada pela maioria dos governos.

O projeto de documento também aponta que as vacinas continuam sendo essenciais na luta contra a Covid-19. Por isso, Kyriakides pretende recomendar aos países da UE pensar em estratégias destinadas a reforçar a imunização das crianças no início do próximo ano letivo na Europa, em setembro.

Contaminações e mortes caem em todo o mundo

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira em Genebra, Ghebreyesus indicou que a quantidade de casos e óbitos por Covid-19 continuam caindo em todo o mundo, uma situação “encorajante”. “Na semana passada, um pouco mais de 15 mil mortes [por Sars-Cov-2] foram assinaladas à OMS – um total por semana mais baixo desde março de 2020”, reiterou.

Durante o evento, Bill Rodriguez, diretor-geral da aliança global para diagnósticos Find, uma organização que colabora com a OMS, criticou que alguns governos tenham “baixado a guarda” diante do vírus. “Nos quatro últimos meses, em plena onda da variante ômicron, enquanto algumas cidades da Ásia se confinam e que as taxas de vacinação estagnaram, os testes caíram de 70% a 90% no mundo inteiro”, apontou.

Segundo um estudo publicado no último 11 de março pela revista científica The Lancet, a pandemia de Covid-19 provocou mais de 18 milhões de mortos em todo o mundo, entre o começo de 2020 e o final de 2021 – mais do triplo do balanço oficial. A OMS também sublinha que a pandemia não acabou e continua provocando vítimas em todo o planeta.

“O vírus não vai simplesmente desaparecer porque os países pararam de testar. Ele continua se propagando, mutando e matando”, salientou Ghebreyesus. “A ameaça de uma nova variante perigosa é real, e ainda que o número de mortes diminua, ainda não temos a compreensão total das consequências a longo prazo nas pessoas que sobreviveram à doença”, disse o diretor-geral da OMS.

(Com informações da Reuters e da AFP)

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