Saúde

Suspensão de financiamento dos EUA a programas de HIV representa ameaça global, alerta a OMS

Caso o fornecimento com apoio da organização seja interrompido, países do continente africano estarão entre os mais prejudicados

Suspensão de financiamento dos EUA a programas de HIV representa ameaça global, alerta a OMS
Suspensão de financiamento dos EUA a programas de HIV representa ameaça global, alerta a OMS
Antirretroviral utilizado no tratamento de HIV/Aids. Brasília, 28/09/2016. Foto: Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a decisão do governo de Donald Trump de interromper o financiamento aos programas de HIV e Aids em países de baixa e média renda, incluindo o Brasil, representa uma “ameaça global” para as pessoas que convivem com o vírus.

O programa atualmente garante acesso a tratamentos antirretrovirais para 39,9 milhões de pessoas. Sem o tratamento adequado, pessoas que vivem com o HIV podem voltar a transmitir o vírus e desenvolver quadros de AIDS, síndrome caracterizada pelo enfraquecimento do sistema imunológico e pelo surgimento de doenças oportunistas.

“Uma parada de financiamento para programas de HIV pode colocar os viventes com HIV em risco imediato de doença e morte, além de minar os esforços para prevenir a transmissão em comunidades e países. Tais medidas, se prolongadas, podem levar a aumentos de novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso”, destaca a nota oficial da OMS.

A decisão de Trump afeta diretamente iniciativas como o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS, conhecido pela sigla Pepfar.

Embora seja distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, o custo médio por comprimido de alguns antirretrovirais, como o dolutegravir, pode ultrapassar 4 reais. Apesar de o custo de produção chegar a apenas 0,14 centavos de dólar, a patente fez com que o País comprasse o medicamento em 2024 por 4,40 reais a dose.

Além do alto preço, a garantia de gratuidade não é uma realidade em todo o mundo. Caso o fornecimento com apoio da OMS seja interrompido, países do continente africano estarão entre os mais prejudicados, devido à falta de acessibilidade e ao custo elevado do tratamento particular.

Por esse motivo, a OMS solicita que os Estados Unidos concedam isenções adicionais para assegurar a entrega de tratamentos e cuidados essenciais ao controle do HIV.

CartaCapital questionou o Ministério da Saúde sobre os possíveis impactos dos cortes nos programas de prevenção e tratamento do HIV no Brasil e aguarda retorno.

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