Saúde

SP oferecerá quarta dose contra a Covid a maiores de 80 anos a partir de segunda-feira

Até então, aplicação era destinada apenas a pessoas imunossuprimidas; para receber quarta dose será necessário intervalo de quatro meses da terceira

Profissional de saúde manuseia vacina da Pfizer. Foto: Thomas Lohnes/AFP
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O governo de São Paulo começará a aplicar a quarta dose da vacina contra a Covid em pessoas com mais de 80 anos a partir da próxima segunda-feira 21. Até então, a imunização com a quarta dose no estado valia apenas para pessoas imunossuprimidas, quer dizer, com alguma baixa no sistema imunológico.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo governador João Doria, em coletiva de imprensa no jardim do Palácio dos Bandeirantes, sem o uso de máscara. O fim da obrigatoriedade do item de proteção ao ar livre foi anunciado na semana passada.

Segundo Doria, nessa nova etapa da campanha de imunização de idosos serão adotados todos os imunizantes disponíveis aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): Coronavac, Pfizer, AstraZeneca ou Janssen.

O grupo elegível para essa fase de imunização é estimado em cerca de 900 mil pessoas no estado. Mas, para receber a quarta dose, é necessário um intervalo mínimo de quatro meses desde a última aplicação.

— Com a Ômicron vimos infelizmente um aumento da morbimortalidade desse grupo, por isso a vacina é essencial — diz Regiane de Paula, coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI).

Segundo ela, essa campanha pode ser ampliada para pessoas acima de 60 anos, mas ainda não há cronograma definido para essa faixa etária.

O estado de São Paulo tem hoje 99,1% da população vacinada com uma dose, e 90,1% da população elegível (acima de 5 anos) com esquema vacinal completo. Desde o início da campanha, foram aplicadas quase 102 milhões de doses.

— Temos na população de 20 a 24 anos cobertura completa de 90%. E de toda a população acima de 5 anos, 102 milhões de doses, com 90% da população elegível vacinada, que é a meta definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde —- afirma Regiane.

Na mesma coletiva, o governo paulista afirmou que monitora as infecções de Covid ao redor do mundo e continua com as testagens para identificar eventuais casos de contágio pela nova variante Deltacron.

— É natural que variantes surjam quando temos mais de 80% da população do planeta que ainda não está vacinada. Isso mostra a importância da proteção através da vacinação — diz o o secretário de estado da Saúde, Jean Gorinchteyn. — São Paulo tem feito monitoramento da ocorrência de novas variantes. Não temos detecção de Deltacron, mas lembrando que é uma variante de atenção. Diferente da Delta e especialmente da Ômicron, que eram variantes de preocupação frente ao impacto que poderiam causar na vida e na ocupação de leitos.

Ainda segundo Gorinchteyn, o estado “continua fazendo testagens e ampliações genéticas seriadas em vários locais do estado” para antecipar-se à detecção de ocorrência desta ou de alguma outra variante.

Para o presidente do Comitê Científico que assessora o governo de São Paulo no combate à pandemia, o estado tem a vantagem de ampla vacinação contra a Covid.

— São Paulo tem essa cobertura que nos coloca como uma das populações mais vacinadas no mundo, não só com segunda dose como com dose de reforço. Com isso entendemos que estamos em uma situação mais favorável para enfrentar esse desafio e outros que podem surgir — afirma Paulo Menezes. — A Deltacron também está colocada e estamos atentos, mas entendemos que com esse sucesso que temos principalmente com essa cobertura vacinal vamos conseguir enfrentá-la com muito sucesso.

Nas últimas seis semanas, segundo autoridades do governo paulista, houve uma queda de 77% das internações por Covid em São Paulo.

— Passando o pico de internações pela variante Ômicron, em 29 de janeiro, com 11.500 pessoas internadas, passamos agora nesta semana a 2.600 pessoas internadas, entre enfermarias e UTIs —  conta Gorinchteyn. — É um número bastante baixo, lembrando que no pico da segunda onda, onde tivemos um impacto de mortalidade muito grande, tivemos 13.050 pessoas internadas apenas em UTIs. Eram mais de 32 mil pessoas internadas em enfermarias e UTIs naquela época.

Segundo o secretário da Saúde, a ocupação atual de leitos de UTI no estado é de 31%, e de 31,9% na Grande São Paulo.

Houve ainda um aumento de quase 42% de casos na última semana. De acordo com Gorinchteyn, porém, a alta se deve a uma subnotificação de dados na semana do carnaval, o que levou aos casos a serem represados.

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