‘Se ficar em lockdown por 30 dias acabar com o vírus, eu topo, mas sei que não vai’, diz Bolsonaro

Segundo o presidente, Marcelo Queiroga, substituto de Eduardo Pazuello, fará 'um ministério mais voltado para a questão da medicina'

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Anderson Riedel/PR

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O presidente Jair Bolsonaro voltou a se manifestar contra as recomendações de especialistas pela adoção de medidas mais duras de restrição da circulação, como um lockdown, para reduzir a disseminação do novo coronavírus.

“Se ficar em lockdown 30 dias acabar com o vírus, eu topo, mas sabemos que não vai acabar”, afirmou o presidente durante evento no Palácio do Planalto nesta segunda-feira 22 para a assinatura do decreto que regulamenta o Fundeb.

Ele declarou, sem apresentar evidências, que “a maior parte da população contrai o vírus em casa”.

 

 


“Devo mudar meu discurso? Devo me tornar mais maleável? Devo ceder? Se me convencerem do contrário, faço, mas não me convenceram ainda. Devemos lutar contra o vírus, não contra o presidente”, acrescentou.

Bolsonaro ainda elogiou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que será substituído pelo cardiologista Marcelo Queiroga. “Orgulho de ter o ministro Pazuello, do trabalho que fez no tocante à vacina. O novo que está entrando agora é um médico experiente. Vai obviamente fazer um segundo tempo de um ministério muito mais voltado para a questão da medicina. Não temos ainda a cura do vírus, estamos buscando”.

No evento, o presidente também tentou rebater as críticas ao desempenho econômico brasileiro. De acordo com ele, “a economia vai indo mal, apesar da pandemia. Se não fosse a pandemia, estaríamos voando. Mas o Brasil tem feito a sua parte, tendo à frente o nosso ministro Paulo Guedes“.

Mais cedo nesta segunda, durante outro evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro já havia exaltado seu governo no combate à pandemia, embora o País tenha se convertido no epicentro da pandemia. Entre 15 e 21 de março, segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil somou 25% das mortes em todo o mundo, apesar de representar apenas 2,7% da população mundial.

“Estamos dando certo, apesar de um problema gravíssimo que enfrentamos desde o início do ano passado. Mas o Brasil vem dando exemplo. Somos um dos poucos países que estão na vanguarda em busca de soluções”, disse.

Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Brasil tem 294.042 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, com média de 2.259 nos últimos sete dias.

 

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