“Se continuarmos nesse ritmo, vamos ter mais de 30 mil mortes por covid-19 em julho”, diz Mandetta

O ex-ministro da Saúde afirmou que, em sua gestão, as projeções mais negativas sobre a pandemia foram escondidas

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

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O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que os números e as projeções mais negativas acerca da epidemia do novo coronavírus foram escondidas durante a sua gestão.  As declarações foram feitas em entrevista à GloboNews.

Na conversa, Mandetta também avaliou o atual cenário da pandemia no Brasil. “Infelizmente, os números são muito elevados. Estamos trabalhando há um bom tempo com uma média de mais de mil casos por dia; se continuarmos nesse ritmo, vamos ter mais de 30 mil nesse mês”, calculou.

O ex-ministro justificou que suas análises não foram trazidas à tona durante a sua passagem pela pasta porque poderiam não ajudar ou trazer uma situação ainda mais preocupante à população.

 

“Nós tínhamos cenários — o meu sempre foi o mais duro, isso é verdade. Mas eu nunca coloquei em público porque achei que isso, primeiro, não ajudava. A gente tinha que lutar para que isso não acontecesse, e eu achava que se falasse 100 mil, 80 mil, 120 mil (óbitos), eu estaria colocando todo mundo em um pacote só — quando, atrás de cada número desse, tem uma família”, analisou.

Mandetta também falou sobre o avanço da pandemia em outras regiões do País. “Estamos começando ainda em algumas cidades. Temos epidemias com diferentes momentos. Temos Minas Gerais com transmissão intensa, tanto capital como interior (…). Estamos iniciando o inverno no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, sendo que historicamente são nossos piores índices por conta da faixa etária. É um desafio enorme a região Sul”, avaliou.


O ex-ministro da Saúde ainda afirmou que, ao final da pandemia, divulgará as projeções feitas pelas lideranças de seu ministério — como João Gabbardo e Wanderson de Oliveira.

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