Saúde

Rio de Janeiro registra morte de homem por febre do Oropouche

É a primeira morte confirmada pela doença no País neste ano

Rio de Janeiro registra morte de homem por febre do Oropouche
Rio de Janeiro registra morte de homem por febre do Oropouche
O maruim, vetor mais comum da febre do Oropouche - Foto: Coleção de Ceratopogonidae do IOC/Fiocruz
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A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro registrou a morte de um homem de 64 anos por febre do Oropouche. Ainda não havia a confirmação de morte pela doença no Brasil neste ano, segundo dados do Ministério da Saúde.

O diagnóstico foi formalizado nesta sexta-feira 16, cerca de dois meses após a morte, depois de análises da Fiocruz e do Laboratório Central de Saúde Pública do Rio de Janeiro. O homem ficou internado por quase um mês, na região metropolitana do Rio, após ter sido infectado.

Ele era morador da cidade de Cachoeiras de Macacu, no interior fluminense. O município, como o nome indica, tem dezenas de cachoeiras e é grande produtor de frutas, como goiaba e banana. O ambiente é favorável à procriação do mosquito Culicoides paraensis, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, que transmite a doença.

“O maruim é bem pequeno e corriqueiro em locais silvestres e áreas de mata. Por isso, a recomendação é usar roupas que cubram a maior parte do corpo, passar repelente nas áreas expostas da pele, limpar terrenos e locais de criação de animais, recolher folhas e frutos que caem no solo, e instalar telas de malha fina em portas e janelas”, alerta o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde do Rio de Janeiro, Mário Sergio Ribeiro.

A doença

A febre do Oropouche tem sintomas parecidos aos da dengue. As pessoas infectadas sentem febre, dores de cabeça, nas articulações e nos músculos, calafrios, náuseas e vômitos. Os sintomas persistem geralmente por períodos de cinco a sete dias. A maioria dos pacientes se recupera após esse período, mas há riscos de agravamento em crianças e pessoas a partir dos 60 anos.

A doença é causada pelo vírus Oropouche orthobunyavirus (OROV). Além do maruim, ele pode ser transmitido pelo mosquito do gênero Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo ou muriçoca.

A febre foi identificada pela primeira vez em Trinidad e Tobago, pais formado por um arquipélago caribenho a norte da Venezuela, em 1955. O nome deriva do rio Oropouche, que corta o país.

Durante décadas, houve surtos esporádicos da doença em partes da América Latina. Nos últimos anos foi registrado um aumento nos casos. A Organização Pan-Americana de Saúde emitiu, em julho do ano passado, um alerta epidemiológico sobre os riscos de transmissão da doença durante gestações.

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