Saúde

Queiroga não antecipará 3ª dose por causa da Ômicron: ‘Variante de preocupação, não de desespero’

‘Não se pode querer uma ciência self service’, afirmou o ministro; OMS avalia que a cepa representa um ‘risco elevado’, apesar de dúvidas

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira 29 que a Ômicron é uma variante “de preocupação, mas não de desespero”. Segundo ele, as autoridades brasileiras estão “comprometidas com assistência de qualidade” à população.

Queiroga rejeitou, porém, reduzir o intervalo entre a 2ª dose e a injeção de reforço, hoje estabelecido em cinco meses. Nesta segunda, o governo federal anunciou a assinatura de um novo contrato com a Pfizer para a compra de mais 100 milhões de vacinas em 2022.

“Não se pode querer uma ciência self service. Para umas coisas, se quer evidência científica de nível A. Para outros, não tem evidência, só a opinião de um secretário municipal. Não pode ser assim”, afirmou Queiroga em evento em Salvador (BA).

Outros países, porém, avançam com planos de antecipar a aplicação da 3ª dose. Nesta segunda, o comitê científico que assessora o governo do Reino Unido recomendou que o reforço esteja disponível para todos os maiores de 18 anos. A 3ª dose, que até agora estava reservada aos maiores de 40 anos, deve ser oferecida três meses após a 2ª, em vez dos seis atuais, conforme a avaliação dos especialistas do Comitê Conjunto sobre Vacinação e Imunização. Além disso, os especialistas recomendaram que as crianças de 12 a 15 anos recebam a 2ª dose três meses depois da 1ª.

No Brasil, o ministro da Saúde disse não acreditar que a Ômicron seja diferente de outras cepas já conhecidas.

“A resposta é a vacinação. Temos um sistema de saúde capaz de dar as respostas no caso de uma variante dessa ter uma letalidade maior.”

Nesta segunda 29, a Organização Mundial da Saúde avaliou que a Ômicron representa um “risco muito elevado”, embora ressalte que há diversas dúvidas sobre a extensão do perigo.

“Até o momento não se registrou nenhuma morte associada à variante Ômicron”, disse a OMS em um documento técnico. No entanto, ressalta a organização, “dadas as mutações que poderiam conferir a capacidade de escapar de uma resposta imune e dar-lhe uma vantagem em termos de transmissibilidade, a probabilidade de que a Ômicron se propague pelo mundo é elevada”.

Por isso, os ministros da Saúde do G7 – França, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido – decidiram se reunir nesta segunda “para discutir a evolução da situação sobre a Ômicron”, em um encontro organizado em caráter de urgência em Londres, que tem a presidência temporária do grupo.

“Sabemos que estamos em uma corrida contra o tempo”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, antes de destacar que os fabricantes de vacinas precisam de “duas a três semanas” para avaliar se os imunizantes existentes continuam eficazes contra a nova variante.

Poucos dias depois do anúncio, por cientistas da África do Sul, sobre a descoberta da nova variante, o Hospital Bambino Gesu, de Roma, conseguiu a primeira “imagem” da Ômicron e confirmou que ela tem mais mutações que a Delta, mas isso não significa que seja mais perigosa, de acordo com os pesquisadores.

Angelique Coetzee, presidente da Associação Médica Sul-Africana, declarou à agência AFP que observou 30 pacientes nos últimos 10 dias que testaram positivo para a Covid-19 e se recuperaram sem a necessidade de hospitalização. O principal sintoma foi o cansaço.

Vários países reforçaram as restrições, inclusive com o retorno dos confinamentos, como Áustria e Holanda, onde aconteceram protestos, incluindo alguns que terminaram em confrontos violentos.

No Reino Unido, nesta terça-feira 30 entrarão em vigor novas regras sanitárias, incluindo o uso de máscaras em estabelecimentos comerciais e nos transportes públicos, assim como restrições para os passageiros procedentes do exterior.

(Com informações da AFP)

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