Saúde
Pfizer prevê início de vacinação no Brasil até março
Europa e Estados Unidos devem contar com o imunizante ainda em dezembro, segundo a empresa norte-americana
A vacina contra Covid-19 produzida pela norte-americana Pfizer e pela alemã BioNTech deve estar disponível para ser aplicada no Brasil no primeiro trimestre de 2021, de acordo com o presidente da Pfizer no país, Carlos Murillo. Essa data projetada depende das etapas de verificação da eficácia junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O imunizante precisa ser armazenado em temperaturas de -70 graus celsius, o que gera um desafio. Segundo Murillo, há negociações avançadas com o governo federal. Foi apresentada, também, uma solução parcial para essa dificuldade logística.
Trata-se de uma embalagem especial, composta por gelo seco, por meio da qual seria possível manter o imunizante sob a temperatura necessária por até 15 dias. Após o processo de descongelamento, a vacina ainda terá cinco dias de estabilidade em refrigeradores comuns.
“Ou seja, do momento em que o produto chega ao país até ser aplicado seriam 20 dias”, disse Carlos Murillo nesta quinta-feira 12 em evento na Academia Nacional de Medicina. “Não é simples, não resolve toda a logística, mas muda muito o esquema de pensar em ter um freezer de baixas temperaturas em cada centro de vacinação”, completou.
Na Europa e nos Estados Unidos, o plano é iniciar o processo de vacinação ainda neste ano. “Nos Estados Unidos, a estimativa é que entreguemos todos os requisitos que o FDA (órgão regulador) definiu para uso emergencial da vacina ainda na terceira semana de novembro. Com isso, estaríamos vacinando lá em dezembro”, afirmou.
Na última segunda-feira 9, Pfizer e BioNTech anunciaram que o resultado preliminar da fase três de testes da vacina sugere eficácia superior a 90%. Esta é a última etapa antes do pedido formal de homologação.
“Demos um passo importante e estamos mais perto de prover aos cidadãos do mundo esta vacina, tão necessária para contribuir a acabar com esta crise sanitária mundial”, afirmou na segunda 9 o presidente da Pfizer, Albert Bourla.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



