Saúde

Paraná deve assinar acordo de produção de vacina russa contra coronavírus

Sputnik V foi anunciado como primeiro imunizante do mundo, mas Anvisa deverá aprovar pesquisas antes de qualquer produção

Paraná deve assinar acordo de produção de vacina russa contra coronavírus
Paraná deve assinar acordo de produção de vacina russa contra coronavírus
O governador do Paraná, Ratinho Junior. (Foto: Rodrigo Felix Leal. /ANPr.) O governador Ratinho Junior. (Foto: Rodrigo Felix Leal. /ANPr.)
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O governo do Paraná pode fechar um acordo de produção de vacina contra o coronavírus com a Rússia ainda nesta semana.

Na quarta-feira 12, o governador Ratinho Jr. (PSD) irá se encontrar com o embaixador russo Sergey Akopov para discutir os termos de compartilhamento de tecnologia da Sputnik V – anunciada nesta terça-feira 11 pelo presidente Vladimir Putin como a primeira vacina contra o coronavírus do mundo.

Em nota, o governo do Paraná afirmou que “está em tratativas com a Embaixada da Rússia no Brasil para participar do desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19” e que, no momento, “as negociações prosseguem entre as partes”.

“O encontro é para definir os termos de um possível acordo entre as partes. O Governo do Estado reforça que o Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) é um órgão com capacidade técnica para participar do processo.”, diz a nota.

O governo paranaense já discutia a cooperação técnica desde meados de julho, quando o chefe da Casa Civil do estado, Guto Silva, se reuniu com o embaixador russo em Brasília.

Na ocasião, afirmou que o acordo já caminhava para a fase final e que poderia incluir “a produção de medicamentos para a doença”, sem detalhar quais.

A vacina russa enfrenta críticas por ter realizado as fases de testes em períodos muito curtos, e por não ter publicado, até então, nenhum estudo em revistas científicas internacionais.

Essas publicações são respeitadas justamente pelo grau de exigência nas pesquisas, que devem ser revisadas por pares – ou seja, por outros acadêmicos da área.

Antes de qualquer produção em larga escala no Brasil, a vacina deverá ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como de praxe.

O Paraná também tem um acordo de produção de vacinas com o laboratório chinês Sinovac Biotech, que realiza a última fase de testes no País.

Vacina gera debate

Com o anúncio da vacina e os questionamentos acerca do assunto, o presidente Vladimir Putin afirmou que uma de suas filhas foi imunizada contra o coronavírus: “Acho que ela participou dos experimentos”. Segundo a agência Interfax, o presidente russo disse ainda que ela teve um pouco de febre e “nada mais”.

A vacina será distribuída em 1 de janeiro de 2021, de acordo com o registro nacional de medicamentos do Ministério da Saúde consultado pelas agências de notícias russas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, afirmou que a Rússia “não precisa de sua aprovação” para registrar a vacina, mas que irá precisar de acesso aos dados da pesquisa para avaliar a eficiência e a segurança da imunização.

*Com informações da AFP

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