Saúde
OMS: número global de mortes por Covid-19 pode estar subestimado
Para a organização, de 6 a 8 milhões de pessoas podem ter morrido até o momento em decorrência da pandemia
Os números oficiais de mortes atribuídas direta ou indiretamente à pandemia de Covid-19 provavelmente estão “significativamente subestimados”, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira 21, acrescentando que entre 6 milhões e 8 milhões de pessoas podem ter morrido até o momento.
Ao apresentar seu relatório anual Estatísticas Mundiais de Saúde, a OMS estimou que o total de mortes na pandemia foi de pelo menos 3 milhões em 2020 – 1,2 milhão a mais do que o relatado oficialmente.
“Provavelmente estamos diante de um total significativamente subestimado de mortes atribuídas direta ou indiretamente à Covid-19”, afirmou.
A agência das Nações Unidas estima que cerca de 3,4 milhões de pessoas morreram diretamente em consequência da pandemia de Covid-19 até maio de 2021.
“Este número, na verdade, seria duas a três vezes maior. Então acho que, por precaução, pode-se estimar seguramente cerca de 6 milhões a 8 milhões de mortes”, disse Samira Asma, diretora-geral-assistente da Divisão de Dados e Análises da OMS, em entrevista coletiva virtual.
William Msemburi, analista de dados da OMS, lembrou que essa estimativa inclui tanto mortes não relatadas de covid-19 quanto mortes indiretas devidas à falta de capacidade hospitalar e restrições à circulação, entre outros fatores.
“O desafio é que as [cifras de mortes] por Covid-19 relatadas subestimam o impacto total”, afirmou Msemburi.
A OMS não detalhou os números aos quais os especialistas de saúde se referem como “mortalidade em excesso”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



