Mundo

OMS alerta que o mundo entrou em fase perigosa da pandemia com desconfinamento

Novo coronavírus circula em alta velocidade na América Latina

Mulheres caminham no Rio de Janeiro. Foto: Mauro Pimentel/AFP
Apoie Siga-nos no

*Por Robin Millard con Toni Cerdà, em Bruxelas

O mundo entrou em uma “fase perigosa” da pandemia de coronavírus com o desconfinamento, alertou nesta sexta-feira 19 a Organização Mundial da Saúde (OMS), devido ao vírus que circula em alta velocidade na América Latina.

“O mundo entrou em uma fase nova e perigosa. Muitas pessoas estão obviamente cansadas de ficar em casa. Os países estão ansiosos para reabrir sua sociedade e economia”, declarou o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O coronavírus avança constantemente e o número de mortos dobrou em um mês e meio. Desde que foi detectado na China em dezembro, infectou mais de 8,5 milhões de pessoas.

Brasil, com mais de 1.200 mortos, e México com 770, são os países que registraram mais mortes nas últimas 24 horas, de acordo com uma contagem da AFP.

No Brasil, o vírus não dá trégua. No país de 210 milhões de habitantes, há um total de 47.748 mortos e 978.142 casos positivos, sendo o segundo mais afetado pelo vírus depois dos Estados Unidos.

 

Um vírus europeu?

A China, que já havia recuperado alguma normalidade e onde o vírus parecia estar controlado, teme um novo surto da doença caso a pandemia continue a avançar na América.

As autoridades informaram hoje sobre 25 novos casos em Pequim, o que aumenta para 183 os casos nessa capital de 21 milhões de habitantes.

Esse novo surto forçou o governo comunista a impor o confinamento em vários bairros e a fazer testes de diagnóstico em milhares de habitantes.

“É possível que o vírus que recentemente gerou uma epidemia em Pequim tenha viajado de Wuhan para a Europa e agora retornado à China”, estima Ben Cowling, professor do Centro de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong.

Outro dado científico, desta vez da Itália, revelou hoje que o novo coronavírus já estava nas águas residuais de Milão e Turim (norte) em dezembro passado, dois meses antes do primeiro paciente de covid-19 ser registrado oficialmente.

Na Europa, continente mais castigado pela pandemia com mais de 190.000 mortes, os 27 líderes da União Europeia (UE) chegaram a um acordo nesta sexta para uma nova reunião em julho, a fim de tentar superar suas diferenças sobre um plano bilionário contra a profunda recessão causada pela pandemia, diante de apelos para ajam rapidamente.

Fronteiras fechadas

Estados Unidos, país mais afetado pela pandemia com cerca de 120.000 mortos, registrou 687 óbitos nas últimas 24 horas, oitavo dia consecutivo com um saldo diário inferior a mil.

O consultor médico da Casa Branca, Anthony Fauci, afirmou em entrevista à AFP que não é necessário ordenar mais fechamentos generalizados nos EUA, mas que a gestão deverá ter uma abordagem local.

No entanto, apesar dos dados animadores, o país registra um aumento de casos em cerca de vinte estados e o foco da epidemia se deslocou de Nova York e do nordeste para o sul e o oeste.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo