Ministra pede reforço de cuidados contra a dengue e convoca mobilização nacional

Pelo menos 36 pessoas morreram em decorrência da doença neste ano

Créditos: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um apelo para que a população reforce os cuidados a fim de evitar a proliferação de criadouros do mosquito transmissor da dengue dentro de casa. Segundo ela, é necessária uma mobilização nacional.

Nísia ressaltou que 75% dos focos da doença estão dentro das residências e que o aumento de casos neste início de ano exige medidas adicionais por todas as instâncias de governo. O alerta foi feito em um pronunciamento em rede nacional de televisão na noite desta terça-feira 6.

“Várias cidades brasileiras estão enfrentando situação de emergência devido ao grande aumento dos casos de dengue”, disse a ministra. “Este é o momento de intensificar os cuidados e a prevenção. Agora é hora de todo o Brasil se unir contra a dengue.”

Estima-se que o Brasil pode contabilizar mais de 4 milhões de casos em 2024. Pelo menos 36 pessoas morreram em decorrência da doença neste ano, segundo dados da Saúde. Em todo o País, foram confirmados mais de 150 mil casos até esta terça.

Em seu discurso, Nísia mencionou que o Ministério da Saúde ampliou em 1,5 bilhão de reais o repasse a estados e municípios.

Leia a íntegra do pronunciamento:


Várias cidades brasileiras estão enfrentando situação de emergência devido ao grande aumento dos casos de dengue.

O calor recorde e as chuvas acima da média desde o ano passado aumentaram os focos do mosquito transmissor. Essa situação exige ações adicionais do Governo Federal, dos governadores, dos prefeitos e de toda a população.

Este é o momento de intensificar os cuidados e a prevenção. Agora é hora de todo o Brasil se unir contra a dengue.

O Ministério da Saúde está dando total prioridade para essa ação. Ampliamos em R$ 1,5 bilhão o repasse de recursos para estados e municípios.

Um Centro de Operações de Emergências foi montado para analisar diariamente a evolução dos casos e mobilizar as ações de todos os órgãos envolvidos no enfrentamento à dengue.

É fundamental que os prefeitos e prefeitas intensifiquem os cuidados com a limpeza urbana, evitando o acúmulo de lixo e de água onde os mosquitos se proliferam. Da mesma forma, é essencial a ação dos governadores, apoiando seus sistemas de saúde.

E você, cidadão, cidadã, também tem um papel decisivo nessa prevenção.

Precisamos redobrar os cuidados com as nossas casas e em volta delas. Cerca de 75% dos focos estão dentro de casa. Vamos tampar as caixas d’água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, retirar água acumulada dos vasos e plantas.

Nessa missão, conte com o trabalho fundamental dos agentes de combate às endemias. Receba-os, ajude-os na localização e na erradicação de possíveis focos do mosquito em sua casa e na sua vizinhança.

Se você tiver algum sintoma, como febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, dores musculares intensas e atrás dos olhos, procure um serviço de saúde. Comece você mesmo a se proteger, bebendo bastante líquido.

Após 40 anos de enfrentamento a epidemias de dengue, temos agora uma importante conquista da ciência e da saúde: a vacina. O Brasil é o primeiro país a incorporar ao sistema público de saúde, o SUS, uma vacina para dengue.

A vacinação se dará de forma progressiva, dado o número limitado de doses produzidas pelo laboratório fabricante. Os critérios para distribuição inicial para um grupo de municípios foram baseados na incidência da doença e definidos pelo Ministério da Saúde e pelos conselhos nacionais de secretários de saúde de estados e municípios. Dentre o grupo para o qual a vacina foi autorizada, serão imunizadas as crianças entre 10 e 14 anos. 


Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde coordenará um esforço nacional para ampliar a produção e o acesso a vacinas para dengue.

Convoco todos e todas para uma mobilização nacional, dos governos e de toda a sociedade, para que juntos enfrentemos os atuais surtos e, em breve, possamos fazer com que a dengue seja uma doença do passado.

Obrigada e boa noite.”

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