Saúde

Ministério da Saúde volta a recomendar vacinação de adolescentes contra a Covid-19

‘Os benefícios da vacinação são maiores do que os eventuais riscos dos eventos adversos da sua aplicação’, informou a pasta nesta quarta

Ministério da Saúde volta a recomendar vacinação de adolescentes contra a Covid-19
Ministério da Saúde volta a recomendar vacinação de adolescentes contra a Covid-19
FOTO: JACK GUEZ/AFP
Apoie Siga-nos no

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira 22 a retomada da vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos contra a Covid-19. A pasta recomendou a interrupção da imunização desse grupo em 15 de setembro, quando mencionou um “possível evento adverso grave relacionado à vacina Pfizer em adolescente do estado de São Paulo”. Especialistas ouvidos por CartaCapital avaliaram a decisão da semana passada como um erro.

Análises da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Secretaria da Saúde do estado de São Paulo concluíram que a vacina não tem relação com a morte da jovem, que sofria de uma doença autoimune “rara e grave”. Posteriormente, um comitê formado por representantes do ministério, da Anvisa e da Fiocruz reforçou a conclusão.

“Os benefícios da vacinação são maiores do que os eventuais riscos dos eventos adversos da sua aplicação”, informou a Saúde nesta quarta. “Comparando tudo o que foi aplicado, mesmo com esses supostos erros de imunização, é um percentual muito baixo (…) então, hoje o ministério não suspende mais de forma cautelar a imunização em adolescentes sem comorbidades”.

A Anvisa também participou de uma reunião do Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos na terça-feira 21.

“O processo investigativo foi validado pelos membros do CIFAVI e o diagnóstico referendado. (…) A causalidade foi classificada como coincidente, ou seja, descartou-se a possibilidade de o óbito ter sido relacionado à administração da vacina”.

Na terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski definiu que caberia a estados e municípios a decisão de promover a imunização de adolescentes maiores de 12 anos, desde que observadas as recomendações dos fabricantes de vacinas, da Anvisa e de autoridades médicas.

“Qualquer que seja a decisão concernente à inclusão ou exclusão de adolescentes no rol de pessoas a serem vacinadas, ela deverá levar em consideração, por expresso mandamento legal, as evidências científicas e análises estratégicas em saúde”, assinalou o ministro em sua decisão.

“O pleno do STF já assentou que os entes federados possuem competência concorrente para adotar as providências normativas e administrativas necessárias ao combate da pandemia”, acrescentou Lewandowski.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo