Saúde
Ministério da Saúde recomenda quarta dose em idosos a partir de 80 anos
O intervalo é de pelo menos quatro meses
O Ministério da Saúde confirmará nesta quarta-feira a recomendação para aplicar a quarta dose de vacina contra a Covid-19 em idosos a partir de 80 anos. Como O GLOBO antecipou, o intervalo mínimo será de quatro meses a partir do reforço, com preferência para a vacina da Pfizer. A nota técnica, obtida pela reportagem, será publicada pela pasta ainda nesta tarde.
Além da Pfizer, vacinas de vetor viral poderão ser aplicadas. São os casos da AstraZeneca e da Janssen. A Coronavac não figura entre as opções recomendadas por induzir uma menor produção de anticorpos. No documento, a pasta dá aval à aplicação dessa segunda dose de reforço em estados e em municípios. Caberá a eles definir os calendários de vacinação para idosos.
Como estados e municípios têm autonomia para adotar medidas contra a Covid-19, pelo menos sete unidades federativas já ofertam a segunda dose de reforço não só para idosos, mas também para profissionais da saúde. O cronograma do Rio, por sua vez, prevê mais uma dose para todos os adultos. Diante da antecipação desses locais — Botucatu (SP) foi o primeiro a anunciar a medida —, a quarta dose se tornou parte de uma disputa política com o governo federal.
“A Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI), apesar de existirem, até o momento, poucos dados em relação à magnitude e duração do benefício de uma quarta dose de reforço com vacinas Covid-19; reconhece que diferentes estratégias de vacinação por parte dos países devem ser utilizadas com base na situação epidemiológica e na disponibilidade de vacinas e que surgimento de novas variantes de preocupação também deve ser considerado, sobretudo para recomendações a grupos mais vulneráveis. Assim recomenda: 1. A aplicação de uma segunda dose de reforço (quarta dose) para todas as pessoas com 80 anos de idade ou mais, com intervalo mínimo de 4 meses a partir do primeiro reforço (terceira dose); 2. A vacina a ser utilizada para a dose de reforço deverá ser, preferencialmente, da plataforma de RNA mensageiro (Comirnaty/Pfizer) ou, de maneira alternativa, vacina de vetor viral (Janssen ou AstraZeneca)”, diz o documento.
A pasta pode enviar lotes extras de vacinas, destinados à quarta dose, caso estados não tenham estoques suficientes. Ao todo, o ministério dispõe de 364 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, entre contratadas e já recebidas, para 2022.
Integrantes da pasta se reuniram na última terça-feira para analisar os últimos dados antes de liberar a quarta dose, antes restrita a imunossuprimidos — pessoas com câncer, HIV/Aids ou transplantadas, por exemplo — a partir de 12 anos. A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-Covid) já havia recomendado a aplicação na faixa etária na última sexta-feira.
A nota técnica é assinada pela secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, e pelo diretor de Programa da Secovid, Danilo de Souza Vasconcelos.
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