O Ministério da Saúde admitiu ao Ministério Público Federal que os comprimidos de cloroquina, produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz, foram usados pela pasta para o tratamento de Covid-19.
Um documento que a agência Reuters teve acesso mostra que o medicamento, que faz parte do programa de combate à malária, passou a ser disponibilizado pelo SUS a partir de março de 2020 no contexto da disseminação do coronavírus.
“As distribuições foram realizadas aos Estados, Distrito Federal e municípios conforme o número de casos de Covid-19 registrados no Boletim do Ministério da Saúde e também com base nas solicitações enviadas pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde”, diz o texto.
O MPF no Distrito Federal abriu um procedimento preliminar para apurar se o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cometeu irregularidades na sua gestão no enfrentamento à pandemia e um dos pontos é a aquisição de fármacos.
4 milhões de comprimidos
O jornal Folha de S.Paulo revelou na última quinta-feira 11 que governo federal usou a Fiocruz para a produção de 4 milhões de comprimidos de cloroquina, que seriam usados no combate à pandemia do novo coronavírus.
De acordo com documentos, o dinheiro que financiou a produção partiu da Medida Provisória nº 940, editada em 2 de abril pelo presidente Jair Bolsonaro para o enfrentamento de emergência da pandemia.
A MP abriu um crédito extraordinário no valor de 9,44 bilhões de reais.
Segundo a reportagem, foram destinados 457,3 milhões de reais para a Fiocruz, com a justificativa de “enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus”.
Parte do valor, informa o jornal, foi usado na produção de fosfato de oseltamivir (o Tamiflu), que, assim como a cloroquina, não tem eficácia comprovada contra a Covid-19.
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