Em meio ao feriado prolongado, os problemas na saúde da cidade de São Paulo viraram alvo de manifestantes. Ocorrem simultaneamente neste sábado 8 três protestos reivindicando melhorias no setor, organizados pelo Fórum Popular de Saúde de São Paulo – movimento estadual composto por trabalhadores da saúde, usuários e conselheiros do Sistema Único de Saúde, além de estudantes. As ações acontecem nas zonas norte, sul e leste, onde haveria promessas da prefeitura para a construção de hospitais.
Na Capela do Socorro, zona sul, cerca de 250 pessoas ocuparam na noite de sexta-feira 7 um prédio abandonado onde deveria funcionar um hospital. Uma reforma estaria prevista desde 2008, mas há infiltrações nas paredes, janelas com vidros quebrados e entulho no terreno, segundo os ativistas. “Sairemos daqui apenas quando houver uma resposta concreta da prefeitura e uma pré-inauguração do hospital”, diz Paulo Spina, coordenador do Fórum Popular de Saúde e funcionário de um Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental da cidade.
Os manifestantes afirmam que os moradores de Capela do Socorro precisam se locomover até o distrito do Grajaú para conseguirem atendimento de saúde.
A ocupação visa também discutir problemas do setor na cidade inteira. Por isso há ações em dois outros locais onde havia planos para instalação de hospitais. “Na zona norte e leste, apenas colocamos cartazes e distribuímos panfletos informando à população quais prédios já deveriam ter essas instituições.”
Os manifestantes pedem a presença do prefeito Gilberto Kassab (PSD) para cobrar a reformas dos prédios e terrenos escolhidos para os centros médicos. De acordo com Spina, a prefeitura foi comunicada, mas ainda não se manifestou. “Queremos uma resposta concreta com prazos. A negativa pode trazer uma radicalização do movimento, como novas ocupações”, ressalta.
O grupo também pede explicações sobre 50 serviços odontológicos prometidos por Kassab que não teriam sido realizados e critica a atuação das Organizações Sociais de Saúde (OSS), empresas privadas responsáveis pela gestão dos serviços públicos de saúde da capital paulista.
Procurada, a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde não atendeu aos telefonemas da reportagem.