Política

Mais de 30 milhões de doses da Janssen estão paradas em galpão em Guarulhos

A vacina da Janssen, por ser dose única, pode cumprir um papel estratégico em regiões de difícil acesso

Mais de 30 milhões de doses da Janssen estão paradas em galpão em Guarulhos
Mais de 30 milhões de doses da Janssen estão paradas em galpão em Guarulhos
Foto: JUSTIN TALLIS / AFP
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Quase 32 milhões de doses da vacina da Janssen contra a Covid-19 estão paradas em um galpão do Ministério da Saúde em Guarulhos, na Grande São Paulo. De acordo com a pasta, isso se deve à falta de infraestrutura para a conservação dos imunizantes em algumas redes estaduais, que teriam solicitado a suspensão do envio federal. As informações são do G1.

Levantamento feito pelo Jornal Nacional mostrou que, até dezembro de 2021, o Brasil recebeu 41 milhões de doses da vacina da Janssen: 38 milhões como parte de um contrato assinado em março pelo ministério com o laboratório, e 3 milhões advindas de uma doação do governo americano.

Desse total, porém, apenas 9,2 milhões chegaram aos estados e municípios, segundo um informe técnico do ministério, publicado ontem.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que alguns estados solicitaram a suspensão do envio dos imunizantes devido à saturação da rede de frio, ou seja, os freezers e geladeiras usados para armazenar a vacina. O ministério não disse que estados são esses.

Na nota, a pasta também confirma que 31,7 milhões doses estão armazenadas no centro de distribuição e diz que elas poderão ser prontamente distribuídas quando solicitadas.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) afirma que, no fim do ano passado, estados e municípios pediram ao ministério que o envio de doses passasse a ser feito a partir de uma avaliação semanal da demanda de cada estado. O Conass nega, no entanto, conhecer qualquer solicitação dos estados pela distribuição de determinado fabricante em detrimento de outro.

A vacina da Janssen está autorizada para uso emergencial no Brasil desde março de 2021. Em novembro, o Ministério da Saúde passou a recomendar um reforço com uma dose do mesmo imunizante de dois a seis meses depois da primeira dose. Na opinião dos especialistas, a vacina da Janssen pode cumprir um papel estratégico em regiões de difícil acesso.

“Particularmente, em alguns estados da região Norte, há obstáculos, há desafios para que a vacina chegue a aqueles que necessitam da vacinação, evidentemente com muito mais restrições do que o acesso de determinadas populações de locais urbanos e com acesso muito mais disponível. Então, otimizar essas doses é de fato muito importante”, diz Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

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