O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o auxílio para trabalhadores informais durante a crise do coronavírus pode ter o valor elevado para 500 reais. A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira 26, em Brasília.
Para Maia, o voucher proposto inicialmente pelo governo federal, de 200 reais, é pouco para garantir que as famílias honrem com seus compromissos e tenham condições mínimas para cumprir o isolamento. Ele defendeu que o governo apresente uma solução, por exemplo, para que as pessoas possam pagar seus aluguéis e não sejam despejadas.
“O que a gente tem entendido é que a proposta que o governo fez, que amplia até um pouco mais do que 200 reais, ela é muito pequena para o que a população brasileira precisa. O governo ainda trabalha, do meu ponto de vista, sem nenhuma crítica, é apenas uma análise, com a questão do impacto fiscal, que eu acho que nesse momento não é a questão mais importante”, declarou.
Segundo Maia, o texto ainda está sendo discutido com a equipe econômica do governo. Ele lembrou que, durante a crise de 2008, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiu os certificados bancários do sistema financeiro para que os bancos não quebrassem.
“E certamente essa garantia não foi pequena. Então, não é possível que a gente não possa garantir aos trabalhadores informais, aos que estão no Bolsa Família, que o governo anunciou um aumento, a gente não possa garantir uma renda por esse período de três meses. E a partir de cada semana vai se avaliando o que vai mudando nesse cenário. O cenário, como eu disse, é um cenário de guerra”, disse.
O presidente da Câmara prevê que o aumento deve gerar um impacto fiscal a mais de 10 a 12 bilhões de reais, mas o montante é baixo para garantir os salários. No seu ponto de vista, o Brasil deveria gastar de 300 bilhões a 400 bilhões de reais para enfrentar a crise.
Ele pediu ainda que o presidente Jair Bolsonaro convoque uma reunião entre os três poderes, com a presença de ministros, como Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Cidadania).
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