Isolamento social é seguido por 72% dos brasileiros, mostra Datafolha

Ao contrário do que defende o presidente Jair Bolsonaro, a maioria da população cumpre os critérios da OMS e do ministério da Saúde

A Av. Paulista vazia em tempos de quarentena. Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas

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Há quase um mês a rotina dos brasileiros foi modificada com a chegada do novo coronavírus no país. Os estados resolveram seguir a orientação da Organização Mundial da Saúde e decretaram quarentena para evitar o aumento do contágio desse vírus que já matou mais de 50 mil pessoas pelo mundo.

Essa medida tem gerado uma guerra de narrativas entre os governadores e prefeitos contra o presidente Jair Bolsonaro, que ao contrário de todos os líderes mundiais tem defendido o fim do isolamento para proteger a economia.

O Datafolha divulgou, nesta terça-feira 07, uma pesquisa mostrando que a maior parte da população brasileira está seguindo as recomendações dos órgãos de saúde e estão ficando em suas casas. Segundo o levantamento,  72% dos entrevistados afirmaram estar seguindo as orientações de ficar em casa, sendo que 54% disseram sair apenas quando é inevitável, para comprar comida, por exemplo. Outros 18% declararam estar totalmente isolados, sem sair de casa em nenhuma hipótese.

Por outro lado, a pesquisa revelou que 28% não seguem total ou parcialmente a orientação de ficar. Outros 4% dos pesquisados afirmam que não houve nenhuma mudança na rotina e que seguem vivendo como antes da crise.

O instituto afirma que não é possível saber quantos desses trabalhadores desempenham atividades essenciais, em setores como alimentação, saúde e segurança, por exemplo, e por isso precisam sair para trabalhar.


O Datafolha também pesquisou qual o grau de preocupação dos brasileiros com a pandemia. A grande maioria declara ter medo da doença. São 77% no total, sendo 39% que dizem ter um pouco de medo e 38% muito medo, uma situação de empate técnico.

Apenas 23% disseram não ter medo nenhum, na linha do que afirmou Bolsonaro em um pronunciamento de TV, quando menosprezou o risco de contrair o vírus porque causaria apenas uma “gripezinha”.

A pesquisa consultou 1.511 brasileiros adultos em todas as regiões do país.

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