Política
Governo Bolsonaro diz que cobrança de Doria sobre lote extra da Coronavac é ‘ato midiático’
Instituto Butantan informou que 54 milhões de doses podem ser exportadas se o Planalto não se manifestar
A disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, em torno da vacinação contra a Covid-19 ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira 28, com uma reação do Palácio do Planalto à afirmação do Instituto Butantan de que 54 milhões de doses da Coronavac podem ser exportadas se não houver uma sinalização de intenção de compra da União até o fim desta semana.
Em texto assinado pela Secretaria Especial de Comunicação Social do governo e pelo Ministério da Saúde, a atitude do Butantan é classificada de “ato midiático” que “promove a desinformação, a divisão e a politização da saúde pública do povo brasileiro”.
Segundo o governo Bolsonaro, as alegações da gestão Doria “são improcedentes, incoerentes, desconectadas da realidade e desprovidas de qualquer amparo legal”.
De acordo com o diretor do instituto, Dimas Covas, o contrato do Butantan com o Ministério da Saúde compreende somente 46 milhões de doses da Coronavac, deixando de fora outras 54 milhões de doses adicionais. O Instituto diz aguardar manifestação da União sobre a nova aquisição.
“O Butantan tem compromissos com outros países, tem acordos de entrega de vacinas para outros países. Se o Brasil declinar dessas 54 milhões, nós vamos, obviamente, priorizar os demais países com os quais nós temos acordo”.
Em seguida, o governador João Doria (PSDB) reforçou o comunicado de Covas. “Nós temos a possibilidade de ter mais vacinas, desde que o governo federal, através do Ministério da Saúde, solicite as vacinas. Até o presente momento, isso não foi feito”.
A pasta comandada por Eduardo Pazuello alega, porém, que está dentro do prazo contratual para se manifestar sobre a compra do novo lote e diz que o acordo prevê que a solicitação de mais doses pode ser feita até maio.
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